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O velório de Dinamite e a emoção de Edmundo e Zico

Vascaínos fizeram filas grandes no entorno do estádio, no bairro de São Cristóvão, para se despedir do ídolo

Foto: DivulgaçãoZico, Dinamite e Edmundo
Zico, Dinamite e Edmundo

Vascaínos fizeram filas grandes no entorno do estádio, no bairro de São Cristóvão, para se despedir do ídolo. O corpo já estava no local desde as primeiras horas da manhã, mas a cerimônia atrasou alguns minutos à espera dos familiares do craque.

Pouco depois das 10h, os primeiros vascaínos foram liberados para entrar em São Januário. O corpo do ídolo vascaíno chegou ao estádio às 8h20. Os torcedores, amigos e familiares terão até as 19h para se despedir do ex-jogador.

Edmundo

O ex-jogador Edmundo é um dos tantos vascaínos que se emocionaram com a morte de Roberto Dinamite. Nesta segunda-feira, o atual comentarista foi ao velório do maior ídolo do Vasco. Chorou. Muito.

Em meio às lágrimas, Edmundo comparou a dor sentida agora com a da perda do pai. Reinaldo faleceu em 2010 após um AVC aos 58 anos.

- Só quando meu pai faleceu eu senti essa dor que estou sentindo desde ontem (domingo). Eu tive a felicidade de jogar com ele, último ano de carreira, conquistar um título e virar amigo. O que a gente pode fazer é estar perto da família - disse Edmundo.

Em 1992, Edmundo e Dinamite jogaram juntos no Vasco. Conquistaram o título do Campeonato Carioca. Roberto Dinamite é o maior ídolo da história do Vasco. Entre idas e vindas, jogou mais de 20 anos no clube, entre 1971 e 1992. É o jogador que mais marcou gols com a camisa do clube: 708 no total.

- Quando eu era criança, queria ser Roberto. Não passei nem perto. Nunca vou me comparar ao Roberto. Ele é único, eterno. Eu fui só um bom jogador que, ao conquistar um título importante, as pessoas admiraram. Craque de verdade, só o Roberto Dinamite - acrescentou Edmundo.

Zico

Contemporâneo e adversário do ex-jogador durante boa parte da carreira, Zico se despediu de Roberto Dinamite na tarde desta segunda-feira em São Januário. Em entrevista à VascoTV, o ídolo do Flamengo relembrou que eles começaram a se enfrentar desde as categorias de base até a aposentadoria no profissional.

— É o respeito que a gente tem pela camisa que vestimos e pela do adversário. Estamos lá para fazer o máximo de gols, mas sem desrespeitar o adversário. O legado dele é de um grande profissional, dirigente, sempre disposto a ajudar as pessoas, muito amigo, muito correto com as coisas. São uma série de fatores que muita gente já se inspirou e as futuras gerações podem se inspirar — afirmou.

Ao falar sobre o legado que Dinamite deixaria para o futebol, Zico destacou a importância do amigo para a modalidade, e aproveitou para relembrar Pelé, morto no dia 29 de dezembro.

— O Pelé tinha lances que deveriam estar sendo passadas todos os dias, para verem quem foi ele e o que ele fez para o futebol. E o Roberto é a mesma coisa. São pessoas que precisam dessa inspiração, dessa forma de ser como cidadão e como atleta — afirmou

Roberto Dinamite morreu ontem, aos 68 anos, vítima de um câncer de cólon. 

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