Pensar Piauí

Nocaute e Conversa Afiada encerram atividades, mas resistência haverá

Essa semana o mundo da comunicação progressista sofreu duas significativas baixas

Foto: Montagem pensapiaui

Progressistas

Em 1985, conclui meu bacharelado em Comunicação Social com especialização em Jornalismo. Estava pronto para o “mercado” e fui a ele.

Na cabeça, muitas crenças, a principal era de que coletivamente se poderia construir um mundo melhor.

De São Paulo (onde estudei) voltei para o Piauí (minha origem).

Logo estava no meu primeiro trabalho. O empregador: TV Rádio Clube de Teresina. A frustação foi imediata: o salário, uma baixíssima remuneração. Outra frustação: a linha editorial da empresa não permitia a fala do oprimido. A visão de mundo que o jornalismo passava era a visão dos dominadores.

De lá peregrinei por outros veículos privados: Diário do Povo, Rádio Difusora, TV Antena 10.

Nunca neguei minhas crenças no modo coletivo de ser.

Minha filiação ao PT não era negada a ninguém. Presidi o Sindicato dos Radialistas, organizei e acompanhei as duas únicas greves em emissoras de Comunicação do Piauí: uma na Antiga TV e Rádio Antares e outra na TV Antena 10.

As relações ficaram incompatíveis. Fui para a assessoria de imprensa política.

Em 2010, Cantídio Filho e Gildásio Chagas mantinham o sítio eletrônico acessepiaui.com, e eu comecei a escrever para a internet e não parei mais. Conheci também o movimento nacional de blogueiros progressistas e me entusiasmei. Em 2015, iniciei o pensarpiaui que já viveu diferentes momentos, mas que está aqui até hoje.

Essa semana o mundo da comunicação progressista sofreu duas significativas baixas: anunciaram o fim das atividades do blog NOCAUTE, do jornalista Fernando Morais, e o Conversa Afiada, fundado pelo falecido Paulo Henrique Amorim, mas mantido até ontem pela equipe que, com o PHA, faziam o Conversa.

São tempos difíceis para a mídia progressista. Como disse Fernando Brito, do Tijolaço, “é uma vergonha estar conseguindo sobreviver e assistir companheiros de muito mais valor tropeçar nas dificuldades que, amanhã, talvez nos obriguem ao mesmo.”

Mas resistir é preciso!

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