Arnaldo Eugênio

A traição na política

Essa conduta revela corrupção moral, deslealdade e oportunismo


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A traição na política

Segundo Leonel Brizola, “a política ama a traição e odeia o traidor”, pois trata-se de um golpe na confiança do povo e na integridade da democracia, principalmente quando o traidor age exclusivamente, e até sorrateiramente, em benefício próprio.

Porém, na política, o traidor, sem perceber, enaltece o bom caráter do traído e expõe a todos a própria mediocridade. A traição na política mina a fé dos cidadãos, gerando descrença e desilusão no sistema, e reforça a importância da transparência, ética e responsabilidade na esfera política.

A traição na política revela mais do que uma simples insatisfação momentânea ou pessoal, ela é uma espécie de queda de máscara que desnuda a corrosão moral do traidor. Por isso, dizem: “a política pode até perdoar a traição, mas não perdoa o traidor”, nem se engana mais com o seu caráter, essencialmente, carcomido.

Pois, no mundo da política, a traição reflete a ruína de caráter, a deslealdade interpessoal e a instabilidade inerentes à prática política, vista como a arte da trapaça, da mentira, do engano. Mesmo que a traição seja comum, e até banalizada por muitos, aqueles que a praticam são desacreditados, inutilizados, apequenados, desmoralizados e marginalizados.

Na política, como noutras relações sociais, ninguém pode estar livre de uma traição, mas o traído nunca é o fraco porque todo traidor já carrega na própria índole a corrupção de princípios, caráter e valores negociáveis. Ou seja, "não há Catilina sem conjurados" ou "isto de política pode ser comparado à paixão de Jesus Cristo, com o discípulo que nega, o discípulo que vende, o discípulo que rouba", onde a traição ocorre e a sua natureza intrínseca à dinâmica política. 

Assim, “os traidores são os que vendem a sua pena e fazem de um jornal um prostíbulo!". Ou seja, onde quer que vá, ou em quaisquer relações, todo traidor levará consigo a essência da traição como o elixir da própria sobrevivência, posto que, de outro modo, não seria sequer mais um na multidão. Por isso, de “nada vale a coragem e a valentia contra as insídias de sicários traiçoeiros", pois, na política, todo traidor é antes de tudo, um animal traiçoeiro à margem da moral, da decência, da responsabilidade e da confiabilidade.

A traição é um elemento antigo e recorrente na história da humanidade. Mas, na política, todo traidor busca benesses e migalhas supondo a traição como um elemento único que faz parte da natureza do poder e da disputa por ele. Porém, o traidor, além de ser cuspido fora da política e marginalizado pelo eleitor, ainda terá de se contentar em ser visto como um qualquer, com desconfiança e desdém pelo “novos partidários” que já sabem não sê-lo confiável nem tão pouco digno de crédito.

Isso reforça a ideia de que, na política, tanto o “babão” quanto o “traidor” são figuras equivalentes que se nivelam por um baixo valor moral, onde as suas participações e ambições se restringindo à luta por migalhas de espólios políticos. Por uma simples razão: na política, nenhum babão ou traidor é confiável!

Para o inesquecível Charles Chaplin, “o verdadeiro valor do homem é o seu caráter, suas ideias e a nobreza dos seus ideais”. Nesse sentido, tanto o “babão” quanto o “traidor” são desprovido de valores nobres e de qualquer sentimento de moralidade e de confiabilidade. O que os tornam pessoas de baixa credibilidade, cujo afastamento e a ojeriza são as formas mais saudáveis de lidar, já que carregam em essência a má-índole de caráter.

Portanto, na política, a traição é um elemento crucial para sepultar um político ou um aspirante à político. Pois, uma vez traidor, para sempre traidor, já que se trata de um comportamental moral construindo ao longo da vida nas relações pessoais, que é impregnado no caráter que traz para à vida pública. Nunca nos enganemos: todas as ações, falas, gestos, hábitos e atos de um traidor carregam consigo a falsidade digna do repúdio de quem faz política.

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