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Mãe que matou filho, decapitando e esquartejando o corpo, condenada a 65 anos de prisão

A companheira dela também pegou pena semelhante

Foto: MetrópolesAs assassinas de Rhuan
As assassinas de Rhuan


 

Quarta-feira (25/11/2020) marcou o desfecho da trágica história de Rhuan Maycon da Silva Castro.

Rhuan foi assassinado em 31/05/2019 por sua própria mãe.

Ele tinha nove anos, nasceu em Rio Branco, no Acre, e era filho de Rosana Auri da Silva, 30 anos e Maycon Douglas Lima de Castro - tinha também o diagnóstico de um leve grau de autismo.

O casal se separou e a mãe, Rosana, fugiu do estado com Kacyla Priscyla Santiago Damasceno Pessoa, de 29 anos, com a qual mantinha um relacionamento homo afetivo, enquanto ainda corria decisão sobre a guarda de Rhuan. O pai recorreu judicialmente e ganhou a guarda do filho, mas a mãe já tinha fugido com a criança.

Kacyla Priscyla é coautora do brutal assassinato.

No último dia 25, no Tribunal do Júri de Samambaia (DF), as duas foram condenadas a penas que, juntas, somam 130 anos de prisão. Rosana 65 anos, 8 meses e 10 dias e Kacyla 64 anos, 8 meses e 10 dias 

Repercussão

O caso gerou repercussão no Brasil e no exterior, sobretudo diante da gravidade do crime e das circunstâncias cruéis que envolveram o assassinato, que incluíram mutilações do pênis de Rhuan.

Ele levou uma facada enquanto dormia que foi acompanhada de outras 11, e foi então decapitado ainda com vida; a pele de seu rosto foi removida pela mãe, que pretendia fritá-la, e outras partes do corpo do garoto passaram por tentativa de cozimento numa churrasqueira. As declarações dadas pelas responsáveis à mídia também causaram repercussão pela frieza na descrição dos fatos. 

As mulheres envolvidas no assassinato da criança foram presas no Complexo Penitenciário da Papuda em celas isoladas.

O menino Rhuan foi velado no dia 12 de junho de 2019, no Cemitério da Morada da Paz, em Rio Branco. O corpo do menino foi transportado por um avião comercial, o que foi custeado pelo governo e pela defensoria pública do estado do Acre. 

Pênis decepado

As mulheres moraram com Rhuan e uma filha de Kacyla em diversas cidades de Sergipe e Goiás, até chegarem a Samambaia, DF, apenas dois meses antes do crime.

Rosana confessou ter decepado o pênis de Rhuan em algum momento de 2017, alegando que o mesmo "queria ser uma garota"; o ato foi feito em procedimento caseiro, de forma rudimentar e sem anestesia.

Foto: MetrópolesRhuan
Rhuan

O assassinato 

Rosana afirmou ter ódio do filho pelo vínculo com o próprio pai, que a teria maltratado no passado. Para a polícia, a outra criança provavelmente também seria morta.

As duas mataram Rhuan com golpes de faca, depois o esquartejaram e queimaram partes do corpo na churrasqueira da residência.

A mãe disse que deu a primeira facada. Rhuan teria, então, se postado de joelhos. Segundo o depoimento, Kacyla chegou por trás e tentou “apagar” a criança com um pano embebido em acetona. Na sequência, Rosana acertou mais três facadas nas costas do menino e o decapitou.

Depois, as duas esquartejaram o corpo com as facas e um martelo. Ainda o colocaram na churrasqueira, mas o cheiro ficou forte, o que as fez desistir. Por isso, puseram os restos mortais nas mochilas escolares e na mala.

A casa onde tudo aconteceu é grudada à residência principal do lote, mas ninguém teria ouvido qualquer barulho durante toda a barbárie. Isso porque um churrasco com música alta e bebidas acontecia no imóvel vizinho e os sons encobriram qualquer ruído do homicídio. A fumaça das carnes sendo grelhadas na residência vizinha também apagou os odores da tentativa frustrada da dupla de queimar a pele de Rhuan.

Alguns rapazes viram Rosana, com a mala, observando uma boca de lobo aberta na beira da pista. Ela, então, teria jogado a mala no buraco e partido. Os jovens, que observavam de longe a movimentação da mulher, foram ao local assim que ela sumiu de vista. Um deles desceu na abertura e abriu a mala. A cabeça de Rhuan, com uma faca cravejada, rolou para fora – e o jovem saltou em desespero, gritando. Em estado de choque, os rapazes acionaram a polícia, que iniciou a apuração do crime.

Os restos mortais de Rhuan foram localizados em dois endereços: no lote onde moravam, na QR 619, e na via pública da QR 425, em frente à creche Azulão.

O Pai 

Maycon Douglas Lima de Castro, pai de Rhuan, diz que a família ainda está profundamente afetada pelo assassinato da criança.

“É bem complicado. Sempre estamos relembrando… É como um filme tudo isso. Só de lembrar [dele] já fico sem palavras. Não tem outra forma, senão trabalhar e sobreviver com a dor”, destacou.

Ao longo da quarta-feira (25/11), ele aguardou com expectativa o fim do julgamento da ex-mulher, Rosana, e da companheira dela, Kacyla.

Maycon diz que o sentimento em relação à condenação da dupla de assassinas é inexato. “Ainda é pouco [a sentença]. Mas, pelo menos, nunca mais vão sair da cadeia”, ressaltou.

Com informações do Metrópoles e da Wikipédia 

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