Pensar Piauí

Jornalista compara casos de Glória Maria e Joice Hasselmann

Ele enfatiza que mesmo fazendo a comparação não são iguais

Foto: DivulgaçãoGlória e Joice

Por Renato Riella, jornalista, no jornal A Tarde 

Desde o primeiro momento, tenho afirmado que a deputada Joice Hasselmann foi vítima de uma convulsão, consequência dos abusos que cometeu com o próprio corpo nos últimos tempos. O corpo cobra sempre um preço perigoso.

Especialistas dizem que convulsão é um distúrbio no qual descargas elétricas anormais no cérebro fazem com que os músculos se contraiam e relaxem rapidamente de maneira desordenada.

Muitas vezes, o indivíduo perde a consciência durante o processo. A convulsão costuma ser confundida com um ataque epiléptico, mas pode ser causada por diversas condições desconhecidas ao paciente.

Os ataques convulsivos costumam durar entre 1 e 2 minutos, podendo chegar até 5 minutos. Quando acaba, o indivíduo muitas vezes não lembra do que aconteceu.

Está ficando claro que ninguém invadiu o apartamento da deputada. As investigações vão levar a esta conclusão.

E quase ninguém acredita (inclusive ela) que o marido tenha dado tamanha surra.

O caso é típico de uma convulsão, quando a pessoa bate a cabeça na parede de forma alucinada, quase tentando arrancar o cérebro. Esses distúrbios podem ser pesquisados aos milhares no Google, com variações diferentes.

A título de comparação (sem ser igual), tivemos em 2019 o caso da repórter global Glória Maria.

Ela conta que, de noite, foi até a geladeira, onde pegou uma garrafa de água. Não lembra o que aconteceu em seguida.

Reconstituído o quadro dias depois, as coisas ficaram claras. Vejam o depoimento da Glória:

“Bati com a cabeça na quina da mesa de vidro e, não sei como, cai, mas levantei. Subi as escadas, fui para o meu quarto, tirei a roupa e deitei. Era de sexta para sábado. De manhã, tipo 8h, acordo com a minha filha Laura: ‘Mamãe, mamãe, você vomitou?’. Quando olhei a cama era um mar de sangue”.

Com um corte na cabeça, a jornalista conta ter procurado um médico para fazer o curativo e realizar exames. Foi então, que descobriram um tumor de alta expansividade no cérebro, algo que, segundo ela, pode matar em semanas.

“Eu escapei porque, em volta dele, criou-se um edema e uma inflamação que me fez desmaiar. Se eu não tivesse desmaiado e aberto a cabeça, estaria morta agora”.

Nenhum caso é igual a outro, mas esses dois têm coincidências que a espalhafatosa Joice deveria analisar.

A deputada precisa passar por uma avaliação neurológica profunda – pois convulsão pode matar.

No caso dela, o marido foi negligente. Ele aceitou durante quatro dias a hipótese de autolesão e só na quarta-feira Joice fez exames radiológicos, quando o incidente havia ocorrido no domingo.

Estranho, muito estranho.

Só para completar, no dia seguinte ao episódio assustador, o marido viajou para fazer cirurgia no Nordeste, acreditando que Joice estava bem - e sem suspeitar de nada mais grave.

Novamente... estranho, muito estranho!

OBS: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do pensarpiaui.

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