Hipócritas, hipócritas, hipócritas: Abert e Rede Globo!

Ontem a Câmara dos Deputados aprovou o pedido de urgência para acelerar a tramitação do projeto que torna crime a divulgação de fake News. Trata-se do projeto 2630.
O Projeto de Lei 2630/20 institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. O texto cria medidas de combate à disseminação de conteúdo falso nas redes sociais, como Facebook e Twitter, e nos serviços de mensagens privadas, como WhatsApp e Telegram, excluindo-se serviços de uso corporativo e e-mail.
O projeto 2630 também pode ser chamado de uma regulamentação das redes sociais.
Ontem, a Frente Parlamentar do Empreendedorismo reuniu representantes de entidades do setor de comunicações e das plataformas digitais para debater o projeto 2630 que regulamenta as redes sociais.
A Abert – Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão defendeu a aprovação do texto.
No Jornal Nacional (JN), Rodolfo Samela, diretor de Assuntos Legais e Regulatórios da Abert, disse: “o projeto de lei talvez seja o ponto de partida para que a gente tenha realmente um mecanismo de controle da desinformação nas redes sociais. É um conjunto de ações, mas sem o PL 2630 aprovado, a gente entende que fica muito difícil controlar”
Hipócritas, hipócritas, hipócritas, Abert e Rede Globo!
Como já foi dito, o JN abriu generoso espaço para a discussão do tema. Mas por quê?
Porque Tik Tok, Google e Meta (instagram, facebook e whatsapp) são hoje concorrentes vencedores na disputa por audiência entre a população brasileira.
Abert e Rede Globo não estão defendendo o controle da internet pensando na sociedade. Pensam no próprio umbigo.
O movimento social brasileiro, antes de reivindicar o controle da internet já pedia o controle social (regulamentação) das comunicações no Brasil. "Empresas" de radifusão, não são empresas privadas, são concessões públicas. O instrumento legal que regula esta área no Brasil é datado de 1962 – o Código Brasileiro de Comunicações.
Mas sempre que o movimento social pedia a regulamentação das comunicações vinha uma enxurrada de críticas da Abert, Rede Globo e outros setores da mídia comercial brasileira. O “argumento” principal usado por eles para se contrapor à idéia era o da censura – o mesmo que agora Tik Tok, Google e Meta lançam mão.
O título da matéria.
Em 1964, Auro Moura Andrade (PSD) anunciou que João Goulart não era mais presidente do Brasil. O então deputado pelo PSB, Tancredo Neves, reagiu gritando: “Canalha! Canalha! Canalha!”
Cinquenta e dois anos depois, o bordão foi usado pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) que subiu na tribuna e disse: “Não vou reprimir a indignação que me consome. “Canalha! Canalha! Canalha!”, na discussão do processo de impeachment de Dilma Rousseff.
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