O Hospital Getúlio Vargas (HGV) comemorou nesse mês de maio 80 anos e trouxe à sociedade piauienses avanços em saúde, como a realização de captação de múltiplos órgãos e tecidos para transplantes, como aconteceu no último final de semana.

Esse foi o sexto procedimento em 2021. O doador foi um homem de 44 anos, com o diagnóstico de morte encefálica ocasionada por Traumatismo Cranioencefálico (TCE). O HGV é o único no Piauí a contar com uma equipe que faz esse tipo de procedimento.

Foram captados rins, fígado e córneas. Os dois transplantes renais foram realizados no próprio hospital e beneficiaram pessoas que aguardavam na fila de espera do Estado. O fígado foi enviado para Fortaleza, no Ceará.

“Para nós, da Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO), toda captação é motivo de muita alegria, pois pelo menos cinco vidas podem ser beneficiadas com este ato de amor da família doadora. Somos gratos ao apoio de todos os envolvidos, especialmente, à direção do HGV que não mede esforços para dar condições de que tudo isso aconteça”, explica o coordenador do Centro Cirúrgico, Ronaldo José.

A ação se deu por meio da Central de Transplantes do Estado, Organização de Procura de Órgão e Tecidos (OPO) e Banco de Tecidos Oculares (BTOC) do HGV. No caso do fígado, o estado tem equipe treinada mas não tem hospital habilitado para a realização de transplante. Nesse caso a captação é feita no hospital e enviada em tempo hábil para Fortaleza em avião da FAB.

Segundo a Central de Transplantes, o Piauí conta com 432 pacientes na fila de espera por uma córnea e 244 na fila de espera de um rim (até abril). Somente em 2021 foram realizados 08 transplantes de rins e 44 de córneas. “Importante ressaltar que o registro como doador de órgãos na carteira de identidade caducou em 2001, portanto não tem mais validade civil. Agora deve se comunicar aos familiares mais próximos (até segundo grau) sobre o desejo de ser doador de órgãos”, observa a assistente social da Central, Cassandra Santos.

Apesar da pandemia do coronavírus, que impactou tanto na captação de órgãos como na realização de transplantes, o estado teve um aumento no transplante de córneas em 2020, com 106 transplantes realizados. “É uma comprovação de que as pessoas são muito solidárias mesmo diante da pandemia e, também, resultado de um esforço coletivo da nossa equipe de captação que visita diariamente e presencialmente os grandes hospitais em busca de doadores”, observa Gilson Cantuária, coordenador de Doação de Órgãos do HGV.

Cirurgia Cardíaca

O Hospital Getúlio Vargas (HGV) marcou as comemorações dos 80 anos com a implantação do Serviço de Cirurgia Cardíaca, realizando a primeira cirurgia do coração. A equipe médica composta pelos cirurgiões cardíacos Raimundo Barros e Daniel Siqueira, realizou o procedimento, antes oferecido apenas na rede privada.

A oferta desse tipo de cirurgia foi possível em virtude do recebimento de estrutura física adequada e insumos adquiridos pela Fundação Estatal de Serviços Hospitalares (Fepiserh) através do Governo do Estado. “A realização desse procedimento, significa maior resolutividade para o paciente do SUS nessa área”, destacou o diretor do Hospital, Oswaldo Mendes.

O presidente da Fepiserh, Ítalo Rodrigues, destaca a grandiosidade do Hospital Getúlio Vargas. “O HGV inclui mais uma especialidade cirúrgica, reforçando a sua posição de referência em alta complexidade. Trata-se de algo novo no Piauí. Hoje não temos cirurgia de coração na rede pública estadual. Os hospitais privados conveniados ao SUS são quem realizam esse serviço, portanto, temos uma demanda reprimida”, destaca Ítalo Rodrigues.

Segundo o Coordenador da Clínica Cardiovascular do HGV, Carlos Eduardo Lima, a cirurgia foi considerada bem sucedida pela equipe médica. “O paciente é do sexo masculino, tem 50 anos de idade, veio encaminhado com síndrome coronariana aguda com obstrução grave na artéria principal do coração e foi submetido a uma cirurgia de revascularização miocárdica”, explicou o cardiologista.

Segundo o médico, essa é a principal causa de morte por doenças cardiovasculares no mundo. “Essa patologia é um resultado muito comum devido ao cultivo dos maus hábitos. Muitas doenças do coração podem ocorrer nesses casos, entre elas, o infarto. No caso do paciente, ele já estava na fase aguda da doença e poderia vir a óbito, caso o procedimento não fosse realizado”, destacou Carlos Eduardo.

Serviço de Cirurgia Cardíaca - O Superintendente da Gestão da Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, Jefferson Campelo,  disse que será implantado um Serviço de Cardiologia completo que contempla todas as áreas, como o tratamento das cardiopatias, regulação de uma fila de espera, serviço de urgência para poder tratar os pacientes da forma mais moderna e mais eficaz que existe na atualidade, e um serviço de hemodinâmica para fazer um atendimento cardiológico intervencionista e de forma integrada, numa área adequada, com novos leitos de UTI e um novo centro cirúrgico, podendo igualar o HGV aos grandes centros.

A equipe

A equipe multiprofissional foi composta do cirurgião cardíaco, Daniel Siqueira e Raimundo Barros; o anestesista, Fernando Martins; as Perfusionistas: Aurislânia Bezerra e Patricia Lima; as Instrumentadoras: Sônia Vilanova, Márcia Gomes, Márcia Carvalho e Valéria Sâmia e os enfermeiros Ronaldo José e Olivia Leal. Além da técnica de enfermagem, Rosailda Almeida.

HGV

Atualmente, o HGV é gerenciado pela Fundação Estatal Piauiense de Serviços Hospitalares (Fepiserh). O hospital conta com 349 leitos, 90 leitos de UTI, sendo 70 para pacientes com Covid-19 e 20 para outras especialidades. Conta também com um ambulatório integrado que atende mil pacientes por dia, com consultas e exames. Além de capacidade para executar uma média de 50 cirurgias de alta complexidade entre as 15 especialidades oferecidas. É um hospital de ensino com 10 residências médicas e uma residência multiprofissional.

OBS: o pensarpiaui estreou em 28 de agosto de 2015 exatamente falando do Hospital Getúlio Vargas. Reveja no link: 

HGV: UM PATRIMÔNIO DO PIAUIENSE

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