General que prendeu Che Guevara na Bolívia morre aos 84 anos
Esteve onze anos em prisão domiciliar por ter participado de tentativa de golpe e assassinato de Evo Morales em 2009

Gary Prado Salmón, general boliviano que prendeu o guerrilheiro e revolucionário argentino Ernesto Che Guevara em 1967, morreu no sábado (6), na cidade de Santa Cruz, na Bolívia, aos 84 anos.
A confirmação foi publicada no Facebook pelo filho do ex-militar, Gary Prado Araúz. Prado Salmón estava hospitalizado desde abril por complicações nos rins.
Em 8 de outubro de 1967, Prado esteve à frente do batalhão que capturou o revolucionário argentino durante o governo militar da extrema-direita boliviana, René Barrientos.
Um dia após a captura, realizada em ação conjunta com agentes da CIA,Che Guevara foi executado pelo exército boliviano. No mesmo ano, o Congresso boliviano o nomeou herói nacional por defender aquilo que Barrientos considerava uma "invasão estrangeira subversiva". Che, que se tornou o maior símbolo revolucionário da América Latina, reverenciado em todo o mundo, comandava um grupo militar para repetir a experiência exitosa em Cuba em 1959 no país andino.
Prado sempre negou ter dado a ordem de execução de Che Guevara. Segundo a maioria dos historiadores, a ordem partiu do alto comando e do próprio presidente Barrientos. O executor foi o suboficial Mario Terá, que morreu em março do ano passado.
Nos 1970, Prado se opôs à ditadura do general Hugo Banzer (1971-1978), o que motivou sua expulsão do exército e seu exílio no Paraguai. Com a queda de Banzer, Prado retomou seu posto no exército boliviano e foi nomeado ministro do Planejamento de Juan Pareda. Em 1981, um tiro acidental atingiu sua coluna e o deixou em uma cadeira de rodas.
Prado foi professor universitário, embaixador e assessor do ex-presidente boliviano Jaime Paz Zamora (1989-1993).
Em 2009, foi acusado de fazer parte de uma célula terrorista na Bolívia, quando um comando realizou uma operação em um hotel de Santa Cruz de la Sierra, que culminou com a morte de três cidadãos estrangeiros e duas pessoas presas, acusadas de separatismo e atentar contra Evo Morales.
Prado foi acusado de ter participado, com seus conhecimentos militares, do plano encabeçado pelo paramilitar boliviano-húngaro Eduardo Rózsa-Flores. O militar negou a existência de tal célula terrorista.
Durante o processo, ele foi condenado à prisão domiciliar.
Em 2020, durante o governo da autoproclamada presidente Jeanine Áñez, o caso foi arquivado.
Com informações da Forum
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