Política

FHC: 87 anos e a estabilidade que só o PT pode dar ao Brasil

FHC: 87 anos e a estabilidade que só o PT pode dar ao Brasil

  • terça-feira, 19 de junho de 2018

Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil deu uma entrevista à revista Isto É. Joaquim de Carvalho analisou a fala de FHC para o site Diário do Centro do Mundo - o DCM. Para ele, Fernando Henrique Cardoso disse duas verdades: ele admitiu que pede dinheiro para grandes empresas e falou que, entre os cenários eleitorais, a vitória do PT garante a estabilidade.
“O risco vem do pólo à direita. As declarações do candidato Jair Bolsonaro nos assustam. Ele é autoritário. Tem feito declarações autoritárias. É preciso que o Brasil não tenha também um governo imprevisível e arbitrário. No caso do Ciro Gomes, eu não posso dizer que ele seja de direita ou de esquerda. Ele não é uma coisa, nem outra. Ele é mais errático, portanto, é imprevisível”, afirmou. "O PT é previsível. Eu posso não gostar, mas sei mais ou menos o que eles vão fazer. Eu tenho mais medo da imprevisibilidade do Ciro. Com ele, não se sabe o que vem pela frente. O País fica tonto. Não estamos num momento de arriscar. Não podemos voltar atrás. Se crescermos 3% ou 4% durante dez anos, mudaremos o sentimento de todo mundo. Isto aqui não é para principiantes".
Disse ainda, sobre a proposta de buscar um consenso que exclua os extremistas:
“Temos que evitar uma volta ao passado. Eu não me refiro tanto ao lulopetismo, do risco do PT voltar a governar, porque a gente já tem experiência do que é o PT no poder. Não acredito que eles quebrem as regras e rumem para o viés autoritário. O risco vem do pólo à direita.”
Joaquim de Carvalho continua sua análise:
Fernando Henrique completa hoje 87 anos e mantém a lucidez, com a característica pessoal que não veio com a idade: sua fala não guarda nenhuma coerência ideológica. Já teve um verniz de centro-esquerda, mas sua prática política sempre atendeu a interesses do grande capital. O que ninguém lhe nega é a capacidade de análise conjuntural — até pela experiência que teve, como professor e político — e aí se chega ao ponto em que ele verbaliza o entendimento de que o PT é hoje um fator de estabilidade.
Esse não é um entendimento próprio de FHC, mas das forças empresariais que pensam no Brasil além do curto prazo. Desde que começou a campanha de guerra para tirar Dilma do poder e depois prender Lula, essas mesmas forças buscaram um nome que pudesse garantir estabilidade e ignoraram que a estabilidade existia com Lula e Dilma. O que produziram? Nada, nenhum nome viável, embora tenham tentado muitos.
E, depois de toda tempestade, quem ficou de pé? Lula, com uma densidade política indestrutível. E por que indestrutível? Porque tem base social e porque é o resultado de uma obra concreta — um governo que incluiu os pobres no orçamento da União e e se voltou para políticas de redução da desigualdade social. Teve defeitos, claro, mas no essencial melhorou o Brasil.
A crise política que o país enfrenta não será superada se Lula for excluído, à força, do processo político. Não digo nem ser candidato — o que é desejo dos eleitores —, mas primeiramente ser libertado de um cárcere percebido como injusto — e de fato injusto. Depois, de maneira plena, participando do processo eleitoral. Lula, como líder do maior partido brasileiro, tem a oferecer que é mais importante para a economia e a vida em sociedade: previsibilidade.
Lula é, portanto, solução neste momento de crise, não um problema. Sem ele, o Brasil ficará à mercê de aventureiros e de aventuras.
ISTO É:
Fernando Henrique Cardoso disse à revista Isto É considerar um atraso para o desenvolvimento do País a polarização entre Jair Bolsonaro, que para ele representará a volta do autoritarismo, e Ciro Gomes, considerado como “imprevisível” por não ser possível caracterizá-lo nem como direita nem como esquerda. Ele acredita que é possível chegar a um nome que represente a maioria da população. Por enquanto esse nome é Lula, disparadamente em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais.
Para ele, falta o "novo" na política. "Como se obter o novo? Ele responde: Isso passa pelos meios de comunicação e nós estamos habituados aos meios de comunicação tradicionais, rádio, televisão, jornal e revista. Mas hoje temos as mídias sociais. Os meios de comunicação estão ansiosos pelo bizarro ou pelo novo. E aqui tem que juntar, ter coesão, uma chama nova. Aqui estamos às cegas", declara.
Confira a entrevista na integra:
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