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É hora de unir as forças de oposição

Lula é o catalizador

Foto: Blog da CidadaniaA democracia ou a barbárie
A democracia ou a barbárie

Diante de um governo de inspiração fundamentalista neopentecostal e totalitária, como o do presidente Jair Bolsonaro, se faz necessário, mais do que nunca, unir todas as esquerdas, as forças progressistas, para derrotar, no campo democrático, o projeto de estado que ora vigora. No caso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem cumprido um papel catalisador importante, articulando, denunciando as barbaridades cometidas pelo governo federal, desconstruindo o discurso falso moralista oficial, por um lado, e ultraliberal, por outro.

Nesse sentido, Lula age de forma precisa, de modo a não esticar muito a corda, mas exercer seu enorme poder de conciliação, no campo progressista, ao centro e até mesmo com setores liberais, que de início apoiaram o bolsonarismo, mas, confrontados com o caos que se anuncia, estão pulando fora do barco. A tendência é que a influência do líder petista cresça à medida que o desencanto em relação a Bolsonaro siga aumentando, já que seu governo é um fracasso em todos sentidos, com raríssimas exceções.

As pesquisas estão mostrando que os dois processos – o desencanto e a rearticulação das forças democráticas – acontecem, paralelamente, mas a luta política não pode deixar de prescindir de uma união consistente de maneira a salvar o País, destronando a extrema-direita, perversa, antidemocrática e antisoberana. No contexto atual, além de cirúrgico, o papel cumprido pelo ex-presidente tem sido o de sinalização para uma reorientação civilizatória brasileira, na nação cujo sistema democrático está sob constante ataque.

Escatologia e recessão

Afora toda a escatologia relacionada ao bolsonarismo, a política econômica oficial neoliberal – ou ultraliberal – não consegue gerar empregos, minimamente, fazer a economia crescer, muito menos promover qualquer desenvolvimento nacional. A economia brasileira de hoje tem o tamanho que tinha, em 2012, o que significa que em oito anos o Brasil não cresceu absolutamente nada, e hoje conta com uma população bem maior, inclusive a economicamente ativa. Afinal, a cada ano, mais e mais jovens se apresentam ao mercado de trabalho.

Toda a falsa euforia induzida pela grande mídia, no final de 2019, logo foi desmascarada. E a confirmação do lastimável quadro econômico é a notícia de que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial brasileira caiu 1,2% em novembro, configurando o pior resultado para esse mês, desde 2015. Mera estatística, porém, não deixa de refletir que a indústria continua encolhendo, contribuindo assim para um quadro de estagnação ou recessão econômica, maquiada pelo noticiário diário ilusório.

Então, o momento, para fazer frente a esse cenário desolador, impõe a necessidade de unir as forças progressistas, ao contrário do que o ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, insiste em fazer. É hora de aparar as arestas e buscar pontos de conciliação, tendo em vista as eleições municipais deste ano, mas também a exploração das contradições do governo atual e seus efeitos sobre a sociedade. A situação do País estabelece como necessária essa estratégia de unificação democrática, o mais rápido possível.

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