Pensar Piauí

Carta do II Encontro de Ativistas Digitais do Piauí

O documento traz análises, críticas e sugestões sobre o ativismo digital

Foto: Marcos PauloII Encontro de Ativistas Digitais do Piauí

O Centro de Estudos de Mídia Alternativa “Barão de Itararé”, promoveu; e o site pensarpiaui.com realizou, o II Encontro de Ativistas Digitais do Piauí dia 27 de outubro de 2023 no Sesc/Cajuína em Teresina-Piaui.

Ao final do evento, sob a relatoria de Rosangela Sousa, Beel da Silva e Socorro Landim, , foi aprovada uma Carta relatando o Encontro, suas análises, críticas e sugestões. Veja a íntegra do Documento:

CARTA DO II ENCONTRO DE ATIVISTAS DIGITAIS DO PIAUÍ

O II Encontro de Ativistas Digitais do Piauí reuniu jornalistas, ativistas digitais e comunicadores/as populares, no SESC Cajuína, em Teresina, no Piauí, no dia 27 de outubro de 2023, com objetivo de debater questões relativas à comunicação no Piauí e no Brasil e sua interface com a internet, além de munir os/as participantes de argumentos e informações importantes sobre a democratização da comunicação, assim como estimular e qualificar ainda mais o uso de mídias sociais e capacitar os/as participantes no tocante ao uso da internet.

O evento foi uma promoção do Centro de Estudos de Mídia Alternativa "Barão de Itararé" e realização do portal pensarpiauí.com, além do apoio de instituições governamentais e não governamentais.

Importa frisar que, a cada dia, aumenta consideravelmente o número de usuários da web no Piauí, atuando como ativistas do Facebook, YouTube, Instagram, Twitter (atualmente nominado X) e WhatsApp. Existem também aqueles que escrevem em sítios de internet. Não se tem notícia de algo que aglutine esses usuários no sentido de verificar a experiência de cada um e também não se tem um mapeamento dos mesmos que sirva como base referencial à avaliação do uso da internet no Piauí.

Dentro da proposta do evento, tratou-se, sobre “Comunicação em um Governo Popular”, incluindo-se perspectivas nacionais no novo governo Lula e locais com o atual governo estadual de Rafael Fonteles. Nesse tema, ressaltou-se o trabalho da comunicação popular e o processo de democratização da mídia. O histórico de utilização das mídias sociais oficiais do governo, principalmente na internet, para disseminação de Fake News e ataques à esquerda durante o governo Bolsonaro, os quais acenderam sinais de alerta para todas aquelas pessoas que produzem conteúdos informativos e comunicativos.

 Debateu-se, também, o fortalecimento da mídia alternativa/progressista no Brasil e no Piauí, enfatizando a importância dos portais independentes na batalha contra as Fake News e os impactos que essas notícias falsas exercem sobre a sociedade.

Dentro desse contexto as mídias digitais se expandiram muito, reforçando assim, o papel do jornalista em usar o poder de informar e comunicar, através das mídias alternativas, sendo um profissional que tem o dever de filtrar diversas informações recebidas pelos veículos de comunicação.

As duas primeiras discussões abriram espaço importante para que se debatessem as minorias e a atuação nas redes sociais, onde pautas como feminismo, negritude, intolerância religiosa, LGBTQIAPN+fobia dentre outros necessitam ganhar vez e voz.

De maneira a aprofundar o tema central, abordou-se a teoria e a prática do ativismo digital, notadamente no intuito de compreender a importância do preparo e da qualificação de quem se propõe a ser ativista digital. O combate as Fake News, as opressões, as violências e ao fascismo (representado pelo bolsonarismo no Brasil) tem exigido que as pessoas que ocupam as redes para proporcionar informações verdadeiras e embasadas, dediquem-se arduamente ao estudo das temáticas centrais das suas redes. Ou seja, para cada “eu acho”, ativistas digitais trazem “estudos dizem” e as referências.

É evidente que para fazer a boa comunicação e ser ativista digital é necessário dedicar-se, o que implica em tempo e como sabemos “tempo é dinheiro”. Assim, o encontro foi encerrado enfatizando a temática do financiamento da comunicação. Se sem estrutura, ativistas digitais fazem muito, imaginem com condições para exercer esse trabalho? Foi esta a tônica da última mesa.  

Isto posto, destacaram-se como propostas principais do II Encontro de Ativistas Digitais do Piauí, o qual contou com a participação de representação da capital, além de uma significativa presença de ativistas de diversos municípios do estado, os seguintes pontos:

- Democratizar e horizontalizar o processo de comunicação, através das mídias alternativas;

- Fidelizar a audiência e fortalecer a rede de comunicação popular;

- Empoderamento e engajamento das mulheres em todas as esferas da sociedade, principalmente como ativista digital;

- Lutar para o financiamento das mídias com intuito de diminuir o Deserto de Informação e com isso, desarticular as Fake News;

- Regulamentar as redes sociais, de forma a conseguir orientar melhor as novas gerações de como trabalhar /usar as mídias alternativas;

- Normatizar a publicidade na internet;

- Construção de políticas públicas a fim de garantir a autonomia na comunicação;

- Regulamentação das Brigadas Digitais (Experiência da CUT);

- Mídia alternativa precisa atuar em rede, principalmente nos municípios menores que integram os Desertos de Informações;

 -Discutir as plataformas digitais no âmbito Federal e Estadual;

- Recomendar à Coordenadoria de Comunicação a realização de Seminários para jovens que residem nos municípios ondem existem os Desertos de Informação;

- Estabelecer um diálogo entre os comunicadores e governo para tornar o Piauí o primeiro estado do Brasil a superar o Deserto de informação.

- Pelo cessar fogo Palestina

- Pela liberdade de Julian Assange

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