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Carnaval 2022 no Piauí: Comitê Científico é quem decide

Em todo o Estado poderá não ter carnaval de rua e, em Teresina, provavelmente não seja realizado o Corso

Foto: Reprodução/PMTCarnaval em Teresina
Carnaval 2020 em Teresina, antes de iniciar a pandemia da Covid-19

Mais um fim de ano chegando, o segundo desde que a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) foi decretada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e as festas de fim de ano irão acontecer em vários lugares do país, o que pode causar uma nova onda da doença, patrocinada pelas comemorações.

A mais recente polêmica é com o Carnaval 2022, que segue indefinido nas principais capitais brasileiras porque a maioria das prefeituras optou por deixar a decisão para dezembro e acompanhar os índices de transmissão. Os secretários estaduais de Saúde são unânimes na reprovação à realização do Carnaval em 2022. A afirmação é de Carlos Lula, presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e titular da pasta no Maranhão. 

Quem defende a realização da festa argumenta que, além dos índices de vacinação estarem altos, os blocos e desfiles serão realizados em ambiente aberto, o que, teoricamente, reduziria o risco de contaminação. Mas a questão não é tão simples assim.

Na prática, o que acontece é que a proximidade com as pessoas em festas com grandes públicos e aglomerações aumenta e muito a possibilidade de contato com secreções respiratórias —especialmente em uma festa como carnaval, em que o público gosta de cantar e ter contatos mais próximos, como beijos e abraços. Do ponto de vista sanitário, é um grande risco, infelizmente.

No Piauí, mais uma vez, pode não ter carnaval em 2022. Em entrevista nesta semana, o governador Wellington Dias, disse que o Comitê Científico (COE) vai se reunir para discutir sobre o assunto.

Segundo o governador, a tendência é que as festas de Carnaval de 2022 sejam canceladas em todo o Estado e a orientação que prevalece é que os municípios não devem arriscar ao fazer grandes eventos que aglomeram pessoas e sem contar que as festas podem trazer turistas de outros lugares. “Com a ameaça de novas variantes e na realidade de hoje, a orientação é não arriscar com eventos grandes e com grande público internacional e em contato com público do Brasil inteiro”, disse o governador, enfatizando que vai seguir as determinações do Comitê Científico, que deve abordar a temática até o mês de janeiro.

Em Teresina, de acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Marcelo Eulálio, provavelmente não terá Corso no Carnaval de 2022.

O gestor disse que em relação aos bailes e outros eventos, como o desfile dos blocos carnavalescos, poderão ser analisados observando as regras sanitárias de combate à Covid-19. “O Corso de Teresina provavelmente não vai ser realizado, mas em relação aos bailes e outros eventos, respeitando as regras que são exigidas para o trabalho de combate à Covid será feita uma análise”, disse. 

Eulálio declarou que a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico vai se reunir com o COE (Comitê de Operações Especiais), com a Secretaria de Governo e com Fundação Cultural Monsenhor Chaves, que está à frente dos eventos carnavalescos, para uma tomada de posição definitiva sobre as festas de carnaval.

A organização do tradicional bloco de carnaval Sanatório Geral, que acontece há mais de 15 anos em Teresina, informou através de comunicado nas redes sociais, que a edição de 2022 está cancelada.

Segundo o produtor executivo do bloco, Jorginho Medeiros, a decisão foi tomada a partir da insegurança de organizar um evento em praça pública com a exigência dos protocolos de segurança. 

Veja o vídeo enviado para a imprensa:

Fundador da Anvisa diz que realização das festas de Réveillon e Carnaval prejudicaria o combate à pandemia 

O médico sanitarista Gonzalo Vecina disse, em entrevista ao portal UOL, que a realização das festas de Réveillon e Carnaval prejudicará o combate à pandemia de Covid-19. "Estamos longe de alcançar o fim da pandemia. Nem pensar fazer réveillon ou Carnaval. Tudo que estamos fazendo vai por água abaixo", advertiu.

Com a volta do turismo a todo o vapor neste ano, as maiores capitais do Nordeste, por exemplo, planejaram realizar novamente as tradicionais festas de Réveillon na praia, com fogos e atrações. Algumas chegaram a lançar editais para contratar empresas e artistas para a virada de ano.

Entretanto, a alta no número de casos na Europa após a reabertura e a vacinação ainda aquém de índices confiáveis, fizeram dezenas de prefeituras recuarem e deixarem em aberto a realização dos eventos, com uma tendência a permitir apenas festas particulares menores.

Além da nova variante do coronavírus, encontrada na África do Sul, que é motivo de preocupação entre cientistas e autoridades, que começam a bloquear as fronteiras para evitar a propagação da cepa. Segundo a OMS, a B.1.1.529 é a variante mais "significante" detectada até agora e tem alto potencial de propagação.

A variante tem uma proteína de espigão diferente daquela do coronavírus original, na qual se baseiam as vacinas contra covid-19. Isso aumenta a preocupação de que a B.1.1.529 (Omicron) possa "escapar" da proteção dos imunizantes.

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