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Bom Jesus ganha Centro Cultural Mestre Joaquim Carlota

Bom Jesus ganha Centro Cultural Mestre Joaquim Carlota

Mestre Joaquim Carlota foi o nome escolhido para o centro cultural que será inaugurado nesta sexta-feira (17), em Bom Jesus, no Sul do estado. A escolha é uma homenagem a um dos maiores tocadores de rabeca da cidade, responsável por manter viva essa tradição. Além de ser a “casa” da Orquestra de Rabecas de Bom Jesus, o espaço dará abrigo aos alunos e professores dos cursos de teatro e dança. O local ganha climatização e toda a estrutura adequada para as aulas. Ele será dividido em uma sala principal, onde serão realizadas as aulas de dança e de teatro, e a sala de música, para os alunos que estão aprendendo a tocar rabeca. Além disso, há dormitórios, banheiros e cozinha para atender alunos e principalmente aos professores que saem de Teresina e passam o fim de semana no município, ministrando as aulas. O Centro Cultural Mestre Joaquim Carlota passa a fazer parte das casas mantidas pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult). “Esses alunos já estão tendo aulas há um ano e muitos já tiveram a oportunidade de mostrar seus talentos ao público. Eles precisavam de um espaço adequado e entregar o centro cultural é a realização de um sonho. Temos certeza que muitos profissionais serão formados no local”, destaca o secretário de Estado da Cultura, Fábio Novo.
Na inauguração, haverá apresentação de dança com 10 alunos, com o espetáculo “Corpo Ritual”, sob o comando da professora Bete Batally. A Orquestra de Rabecas de Bom Jesus também se apresenta, tocando o hino da cidade e clássicos como “Asa Branca”. O mestre Joaquim Carlota também dará uma ‘palhinha’ durante a solenidade. Ele não esconde a felicidade em ver seu nome no centro cultural.
“Nem sei qual será minha reação. Vou levar todos os meus filhos”, diz o rabequeiro de 76 anos, que conheceu o instrumento aos 12 e, segundo ele, “aprendeu vendo os outros tocarem”. Há cerca de um ano, alunos das escolas públicas de Bom Jesus participam do projeto de ensino da rabeca, que já formam a primeira orquestra do instrumento no Brasil. Os alunos tinham aula em salas cedidas pelas escolas estaduais. As aulas são realizadas aos fins de semana e são ministradas pelo professor Stayllon Rodrigues, que também é violinista da Orquestra Sinfônica de Teresina. O projeto já conta com 15 alunos que, desde maio do ano passado, fazem aulas e já integram a Orquestra de Rabecas de Bom Jesus. Os alunos já participaram do 8º Festival de Rabecas e da caravana que percorreu 20 cidades do Piauí com um espetáculo natalino. “Nós não tínhamos uma sede, as diretoras das escolas cediam o espaço para esses meninos e meninas aprenderem a tocar. Vendo isso, o governador nos cedeu um espaço e agora podemos atender um maior número de alunos”, afirma Fábio Novo, idealizador do projeto. Os jovens, além de tocar, também estão aprendendo a fabricar a rabeca, e alguns deles também participam das oficinas permanentes de dança e teatro. A Secult pretende ampliar o número de jovens atendidos, bem como a criação de escolas em outras regiões, promovendo a disseminação da cultura e a preservação das riquezas do estado.

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