Bolsonaro combate a entrega da Amazônia aos europeus (está certo) mas, capacho, quer dá-la aos EUA
Bolsonaro combate a entrega da Amazônia aos europeus (está certo) mas, capacho, quer dá-la aos EUA

O Brasil vem ardendo em chamas. Várias regiões do país enfrentam o problema das queimadas e incêndios.
Segundo o INPE, do nordeste, o Piauí é o segundo estado com o maior número de queimadas. Segundo informações oficiais do Governo do Estado, ações já foram tomadas.
Mas é a região da Amazônia Legal a que mais sofre com este processo. Os focos são bem maiores que os registrados na mesma época, em anos anteriores. E isto despertou um debate mundial.
A Europa reagiu contra as ações do Brasil relativas à Amazônia e chegou a falar da internacionalização da região. O grande interlocutor europeu nesta questão é o presidente francês Emmanuel Macron.
Por sua vez, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, age como sempre, com intempestividade.
Sua primeira reação foi culpar ONGs pelo que ocorre na Amazônia. Em seguida comprou briga com o interlocutor da Europa – presidente da França, Macron.
A fala de Bolsonaro sobre as ONGs foi estratégica – ali era o fornecimento do capim para o seu gado. Com a ração fornecida, os “bolsominions” já sabiam o que fazer: foram as redes sociais espalhar fake news sobre ONGs dentro e fora do Brasil.
Mas a realidade é que Jair Bolsonaro está pouco se lixando para a autonomia brasileira na Amazônia. Ao contrário, o Mito quer entrega-la aos EUA.
Entregar a Amazônia aos EUA como a EMBRAER já foi entregue à americana Boing. E como a base de Alcantara no Maranhão também já foi dada ao Tio Sam.
O presidente do Brasil, não tem compromisso com o Brasil real. Bolsonaro tem compromisso com milícias, garimpeiros, grileiros, madeireiros e exploradores do meio ambiente (americanos em boa parte) que não estão nem aí para o desenvolvimento com sustentabilidade.
E, com complexo de identidade, típico da classe média brasileira, Bolsonaro acha os EUA o supra sumo das nações. Já bateu continência para a bandeira americana antes de ser presidente e, agora, nesta condição, entrega o Brasil aos americanos.
Mas a culpa não é exclusiva de Bolsonaro.
A primeira exploração sofrida pelo Brasil foi de suas terras, arrancadas dos indígenas que aqui viviam e que quase foram exterminados em sua totalidade.
Depois, foi o pau brasil, saqueado principalmente, pelos portugueses.
Terra prodiga em ouro, o Brasil não sabe o que é o resultado dessa riqueza. Todo nosso minério foi surrupiado pelos europeus durante o famoso Ciclo do Ouro – e posteriormente também.
Ao longo dos anos outras riquezas foram roubadas do Brasil com o silencio e complacência de seus governantes.
No governo Lula, a Petrobras descobre o pré-sal, uma camada gigantesca de petróleo. E quando se fala em petróleo quem logo aparece é os EUA. Escutaram ilegalmente a empresa de Petróleo (Petrobras) e a própria presidenta da República. “Fizeram a cabeça” de promotores e juízes brasileiros até a maior liderança política local e uma das maiores do mundo ser encarcerada.
Em junho deste ano, Bolsonaro jactou-se pelo acordo comercial fechado entre União Europeia e Mercosul. Espalhou mais capim para seu gado: “era histórico aquele acordo e ele traria muitos benefícios ao Brasil”. As redes sociais encheram-se de mensagens.
Só que como Bolsonaro é intempestivo, fechou o referido acordo sem nada falar com o presidente americano, Donald Trump. E os EUA perdem muito do comércio com o Brasil a partir de tal acordo (e Bolsonaro não sabia).
Trump deu um puxão de orelhas em Bolsonaro. Agora, o despachante americano em terras brasileiras procura saídas para desfazer o acordo União Européia/Mercosul.
Deixar a Amazônia arder em chamas é uma boa estratégia. Atende seu público primeiro, garimpeiros, grileiros, madeireiros e exploradores do meio ambiente e pode propiciar o fim do acordo com os europeus o que deixaria satisfeitíssimo o presidente norte-americano, Donald Trump.
Incautos, são os que acreditam que Jair Bolsonaro defende autonomia brasileira.
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