Trump mira STF: sanções podem atingir esposas de ministros
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos teria mapeado ministros cujas cônjuges exercem atividades relevantes no setor jurídico

O governo de Donald Trump prevê uma reação por parte de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) caso sejam implementadas sanções contra Alexandre de Moraes. Antecipando esse cenário, autoridades norte-americanas já avaliam medidas adicionais que podem atingir outros integrantes da Corte e seus familiares.
A Casa Branca estuda ampliar o escopo das punições, mirando especialmente as esposas de ministros que atuam em escritórios de advocacia.
O objetivo das novas medidas seria aumentar o impacto financeiro das sanções, atingindo o patrimônio familiar dos magistrados. O governo Trump entende que os escritórios de advocacia comandados por esposas de ministros são uma das principais fontes de renda dessas famílias, o que justificaria a extensão das punições.
Escritórios de advocacia sob radar
Atualmente, quatro ministros do STF têm esposas diretamente ligadas a bancas jurídicas:
Viviane Barci de Moraes, esposa de Alexandre de Moraes, é sócia do Barci de Moraes Advogados, que também conta com a atuação dos filhos do casal.
Guiomar Feitosa Mendes, mulher de Gilmar Mendes, tornou-se sócia do escritório Sérgio Bermudes Advogados em 2010, após ocupar cargos como secretária-geral da Presidência do STF e posições de confiança no TSE e no Ministério da Justiça.
Roberta Maria Rangel, casada com Dias Toffoli, é sócia-fundadora da Rangel Advocacia, escritório com forte atuação nos tribunais superiores e presença consolidada em Brasília.
Valeska Teixeira Zanin Martins, esposa de Cristiano Zanin, assumiu o comando do escritório Zanin Martins Advogados após a nomeação do marido ao STF. Formada pela PUC-SP, Valeska teve papel de destaque na defesa do presidente Lula em ações da Lava Jato. Em 2024, o escritório transferiu sua sede para Brasília.
As sanções em estudo preveem a proibição de que empresas e cidadãos norte-americanos contratem os serviços desses escritórios. No entanto, a medida não alcançaria filhos dos ministros, sob o argumento de que seus bens não são legalmente compartilhados com os pais.
Reação do STF
Apesar da possibilidade de retaliações econômicas, ministros da ala majoritária do Supremo têm reforçado que não pretendem mudar sua conduta em resposta a pressões do governo Trump.
Medidas em avaliação
Na quarta-feira (21), o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, declarou em audiência na Câmara dos Deputados dos EUA que a imposição de sanções a Alexandre de Moraes está “em análise” e representa uma “grande possibilidade”.
O motivo central seria o posicionamento do ministro sobre o controle de plataformas digitais, que, para aliados de Trump, configura um ataque à liberdade de expressão.
Entre as sanções cogitadas estão o veto à entrada de Moraes em território americano e o bloqueio de eventuais bens registrados nos EUA. Ainda assim, a Casa Branca e o Departamento de Estado tratam o assunto como sensível e de “alto risco”, mantendo a decisão sob avaliação.
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