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Babá avisou à mãe “rotina de violência” contra Henry, diz Polícia Civil

Conversa recuperada pela polícia mostra relato de que o vereador se trancou em quarto com Henry e aumentou o volume da TV para agredir a criança

Foto: Polícia CivilDelegado responsável pela investigação também afirmou que a mãe de Henry mentiu em depoimento para 'proteger o assassino de seu filho'
Delegado responsável pela investigação também afirmou que a mãe de Henry mentiu em depoimento para "proteger o assassino de seu filho"

Durante coletiva realizada na manhã dessa quinta-feira (8), o delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP, da Barra da Tijuca, declarou que, o resultado da necropsia de Henry Borel “levantou suspeita desde o início” de que não se tratava de acidente doméstico.

O delegado também afirmou que os depoimentos da mãe, Monique Medeiros, e do padrasto, Dr. Jairinho, foram essenciais para pegar todos os detalhes da fatídica noite em que levaram a criança morta ao hospital.

Também foi destacado que, durante o depoimento da mãe e do padrasto ambos tentaram destacar uma suposta relação harmoniosa entre Henry e o padrasto e de que eles “eram uma família feliz”.

Porém, foi com a investigação dos computadores e dos celulares da mãe e do padrasto que os levaram as descartar a versão de acidente doméstico, isso por conta de um print de uma conversa entre a babá e a mãe, onde a cuidadora da criança relata cenas de agressões de Jairinho contra a criança.

Foto: Polícia CivilTroca de mensagens entre Monique Almeida e Thayná Ferreira, babá de Henry
Troca de mensagens entre Monique Almeida e Thayná Ferreira, babá de Henry

“Encontramos prints de conversas que foram prova relevante. Era uma conversa entre a mãe e a babá onde ficava revelada uma rotina de violência que o Henry sofria. A babá conta que o Henry conta a ela (para a babá) que o padrasto o pegou pelo braço, deu uma banda (rasteira) e o chutou”.

Ainda de acordo com o relato da babá, Henry mancava e quando foi dar banho nele, o garoto pediu para que ela não lavasse a cabeça, pois “estava com dor”.

Segundo a investigação, o caso relatado pela babá se deu quase um mês antes do assassinato de Henry e que a mãe “não tirou o padrasto do convívio e não fez nenhum B.O”.“Ela (a mãe) esteve no DP apresentando uma declaração completamente mentirosa protegendo o assassino do seu filho. Ela se manteve firme ao lado dele apresentando uma versão absolutamente mentirosa”.

O delegado também revelou que as agressões sempre aconteciam dentro do quarto de Henry e que o padrasto ameaçava a criança que, se contasse algo para alguém de que “iria pegar ele” e de que ele “estava destruindo a vida de sua mãe”.

Para o delegado Henrique Damasceno “não resta a menor a dúvida sobre a autoria do crime” e que as investigações ainda não encerraram, mas, que as provas obtidas até este momentos são “robustas” para apontar a autoria do crime.

Entenda o caso

Foto: ReproduçãoDr. Jairinho
Dr. Jairinho

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta quinta-feira (8) o vereador Dr. Jairinho (Solidariedade) e a namorada, Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, menino de 4 anos que morreu no dia 8 de março. Segundo informações do G1, investigadores afirmam que a criança foi assassinada.

Henry Borel foi levado já morto pelo vereador e a mãe do menino a um hospital na Barra da Tijuca, no dia 8 de março. A criança apresentava diversas lesões pelo corpo.

As investigações concluíram que Dr. Jairinho agredia o enteado com chutes e golpes na cabeça e que Monique sabia disso pelo menos desde fevereiro. O casal também é suspeito de atrapalhar as investigações e de ameaçar testemunhas para combinar versões.

O pai de Henry Borel, Leniel, publicou um vídeo nas redes sociais onde o filho aparece dançando acompanhado de um texto onde se desculpa por não o ter protegido “muito mais”.

“Henry, 30 dias desde que te dei o último abraço. Nunca vou esquecer de cada minuto do nosso último final de semana juntos. Deixar você bem, cheio de vida, com todos os sonhos e vontades de uma criança inocente”, lamentou.

Dr. Jairinho e Monique jogaram celulares pela janela no momento da prisão

O vereador Dr. Jairinho e Monique Medeiros, presos acusados pelo assassinato do menino do menino Henry, tentaram se desfazer dos celulares durante a chegada da Polícia Civil ao apartamento onde estavam, em Realengo.

“O casal foi encontrado em residência diferente do que foi dito em sede policial. Foram localizados na residência de uma tia do padrasto do menino. Eles tentaram se desfazer dos celulares hoje, atirando os mesmos pela janela. A Polícia conseguiu os celulares. Eles estavam no mesmo quarto, dormindo juntos, e não ofereceram resistência à prisão. Concomitantemente foi realizada uma busca e apreensão com a babá Thayná. O celular dela foi apreendido, em que estavam conversas com Monique”, disse Ana Carolina Medeiros, delegada assistente da 16ª DP.

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