Pensar Piauí

A esperança dos respiradores “made in Piauí”

No horizonte surge boa notícia que vem de Parnaíba, através da startup de robótica TRON, que aguarda a Anvisa para produzir o equipamento

Foto: G1 GloboVentiladores de Parnaíba custam R$ 6 mil, valor inferior aos R$ 50 mil, do importado
Ventiladores de Parnaíba custam R$ 6 mil, valor inferior aos R$ 50 mil, do importado

Desde que o governador Wellington Dias decretou estado de calamidade pública no dia 19 de março do ano – portanto, há 50 dias –, colocando em execução o isolamento social, conforme recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Piauí apresenta resultados relativamente positivos. Considerando a situação de seus vizinhos, os números oficiais colocam o território piauiense como uma ilha de conjuntura crítica sanitária comparativamente menos alarmante, embora não haja motivos para tranquilidade.

Até porque a subnotificação, como é própria da realidade nacional, em todas as unidades da Federação, alcança patamares assustadores. Somando 1.233 casos confirmados e 38 mortes por Covid-19, segundo o boletim divulgado pela Secretaria da Saúde (Sesapi) nesta sexta-feira (08-5), está previsto que até o início de junho, haverá entre quatro a cinco mil casos. A estimativa é de pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (Ufpi). No entanto, daqui a 20 dias, serão necessários 600 leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs).

Os números oficiais registram 88 leitos de UTIs ocupados no momento, e a meta, de acordo com o governador, é instalar 400, muito aquém das necessidades reais no início do próximo mês. As autoridades informaram que atualmente existem 204 leitos com respiradores nas redes pública, privada e filantrópica. Sendo assim, é evidente que há uma corrida contra o tempo e um provável cenário de colapso no sistema de saúde, que poderá materializar-se a curto prazo.

Ações corretas

Tanto Wellington Dias, no estado, quanto o prefeito Firmino Filho, na capital, têm conduzido o quadro de pandemia como um todo de maneira adequada, e isso se reflete na realidade de hoje, não catastrófica, ao contrário do que se observa em São Luís (MA), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Recife (PE), etc. Consequentemente, os governantes piauienses, com algumas lamentáveis exceções, têm agido de forma correta no enfrentamento da ação do novo coronavírus. Porém, o desafio a ser enfrentado é imprevisível e parece gigantesco.

Há inúmeras coisas a fazer, inclusive resolver a equação do déficit de leitos de UTI com respiradores, para contemplar as necessidades iminentes da população, contudo, é importante ressaltar que se não fossem as iniciativas imediatas, antecipadas de certa forma, muito mais vidas teriam ou terão sido perdidas. Talvez centenas ou milhares, já que ainda não é possível precisar tal medida, mas a história, decerto, registrará que tais gestores agiram com responsabilidade. No horizonte surge surpreendente boa notícia que vem de Parnaíba.

Através da empresa startup de robótica TRON, que aguarda a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para produzir ventiladores mecânicos sofisticados a um custo de R$ 6 mil para cada unidade. Um ventilador importado não custa menos do que R$ 50 mil. O projeto foi desenvolvido em conjunto com cientistas da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPAR) e Ufpi. E o governo estadual já manifestou interesse em comprar 300 respiradores parnaibanos. O Piauí é sinônimo de esperança.

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