Pensar Piauí
Doutor em Antropologia

Arnaldo Eugênio

Doutor em Antropologia

Um fenômeno político

Foto: VejaWellington Dias
Wellington Dias

O anúncio de Wellington Dias pelo Presidente Lula, para o cargo de Ministro de Estado do Desenvolvimento Social, além de retribuir a fidedignidade das votações recebidas no Piauí, por ambos, rompe com um ciclo vicioso à brasileira da representatividade política no país, qualifica o quadro de gestores e reconhece um fenômeno político brasileiro modelado na lutas sindicais.

José Wellington Barroso de Araújo Dias, nasceu em Oeiras – a primeira capital do Piauí – e foi criado em Paes Landim, no Vale do Fidalgo. É bancário aposentado, ex-sindicalista, filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), ex-radialista, contista, ocupa a Cadeira 12 da Academia Piauiense de Letras (APL), com formação acadêmica em Letras (UFPI) e especialização em Políticas Públicas e Governo (UFRJ).

Como escritor, Wellington Dias (chamado carinhosamente de “índio”) publicou dois livros: 1) Macambira (Teresina/Halley, 1995) e 2) As Tiradas do Tio Sinhô (Teresina/Oficina da Palavra, 2007). Mas, foi na política que sua habilidade aflorou e se aprimorou até se tornar um fenômeno da política no Brasil, a partir do Piauí. Ele iniciou como presidente do Sindicato dos Bancários do Estado do Piauí (1989-1992), se filiou ao PT (1985); líder do PT (1993-1994); Membro (1994-1996) e Presidente do Diretório Regional do PT (1995-1997).

Depois foi eleito vereador de Teresina (1993-1995), deputado estadual (1995-1999), deputado federal (1999-2003), Senador (2011-2019; 2023-3031) e governador do Piauí por quatro mandatos (entre 2003 e 2010, e entre 2015 e 2022). O seu calo político é a prefeitura de Teresina: não se elegeu, em 1996, como vice-prefeito de Nazareno Fonteles (PT); em 2000, com Francisca Trindade de vice-prefeita; e outra, em 2012, com Magalhães de vice-prefeito.

Wellington Dias é o único político piauiense a ser governador do Piauí por quatro mandatos e ajudou a eleger centenas de vereadores, prefeitos, deputados estaduais, deputados federais, senadores e abriu espaço para indicação de conselheiros no Tribunal de Contas do Estado. Com uma notável habilidade em articulação política, entre outubro de 2020 e dezembro de 2021, ele assumiu a presidência do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste). Além disso, se destacou como coordenador da campanha de Lula no Nordeste durante as Eleições 2022.

Além de hábil articulador política, Wellington Dias não é perfeito nem foi prefeito, mas é carismático, sagaz e autocontrolado no trata com aliados e opositores, sempre com muito diálogo. É um estadista e estrategista político forjado nas lutas sindicais, que absorve os ataques políticos e ofensas pessoais como uma esponja, agindo pelos flancos de seus adversários, sem nunca fechar portas, mas sem esquecer dos detratores de campanhas.

Como “bom governante” é um misto do “Príncipe” de Maquiavel com a “Arte da Guerra” de Sun Tzu, para obter sucesso e o respeito do povo. Escolhe seus gestores com perfil técnico em áreas estratégicas do governo, dentro de uma engenharia política caleidoscópica. Foi o coordenador do Fórum Nacional de Governadores, recebeu o prêmio Sérgio Arouca de Saúde, por sua atuação no enfrentamento à pandemia de Covid-19.

No fundo e no raso, Wellington Dias é produto exemplar do “Lulismo”, um fenômeno político brasileiro ligado a figura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ambos são políticos ambiciosos que dão visibilidade nacional ao PT, têm apelo popular, proatividade, resiliência, flexibilidade, criatividade, empatia e foco. E, juntos, carregam a esperança de um povo sedento por justiça e desenvolvimento social para todos.

OBS: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do pensarpiaui.

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