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Jornalista

Sérgio Fontenele

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Um elo entre Bolsonaro e Marielle?

Foto: google imagensBolsonaro é implicado no assassinato de Marielle
Bolsonaro é implicado no assassinato de Marielle

A figura do presidente Jair Bolsonaro é associada à milícia do Rio de Janeiro há muito tempo. Igual associação é feita aos filhos dele. Mesmo que a justiça brasileira não tenha visto, até agora, qualquer ligação provável entre o clã Bolsonaro e a milícia carioca, pairam muitas dúvidas, suspeitas e indícios em torno dessa suposta conexão. A notícia estampada no Jornal Nacional (JN) desta terça-feira (29-11) reforçou tal impressão, o que pode se tornar algo gravíssimo e lançar o País num turbilhão de proporções imprevisíveis.

Na esteira de uma crise político-institucional que só se intensifica, as investigações noticiadas pela Globo são como gasolina sendo jogada numa fogueira. Os investigadores levantaram a hipótese de agregar o Palácio do Planalto aos assassinos da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes, no dia 14 de março de 2018. Afinal, o porteiro do Condomínio Vivendas da Barra, onde Bolsonaro tem casa, teria contado à Polícia Civil que um dos assassinos disse que iria à residência de Bolsonaro.

Horas antes dos assassinatos, Élcio de Queiroz, acusado de dirigir o veículo na cena dos crimes, acessou a portaria do condomínio, que interfonou à moradia do hoje presidente da República. Segundo o porteiro, alguém cuja voz foi reconhecida como sendo do "seu Jair" autorizou a entrada de Élcio. Mas, ao invés de se dirigir à casa 58, de Bolsonaro, o acusado rumou à 66, de Ronnie Lessa, acusado de disparar contra a parlamentar e seu motorista. Porém, segundo o JN, Bolsonaro estava em Brasília (DF), no dia 14.

Patifes e canalhas

A informação divulgada é a de que, como o presidente da República foi citado nas investigações em torno das execuções de Marielle e Anderson, o caso irá para o Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro, num acesso de fúria, na Arábia Saudita, atacou a Globo e o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que, segundo o presidente, quer destruí-lo. Aos representantes da emissora, o presidente reservou adjetivos como "patifes" e "canalhas". "Vocês querem acabar com o Brasil?", berrou, completamente descontrolado em seu emocional.

Mesmo usando as redes sociais, não se tem registro, na história do País, de um pronunciamento público tão enfurecido e desequilibrado de um presidente da República. Em nenhum momento se viu coisa parecida. Nem mesmo os generais que governaram o Brasil, durante a ditadura militar, foram tão longe em termos de destempero verbal. Tudo para manifestar sua inocência no caso Marielle e Anderson. O fato é que, quanto mais o tempo passa, mais surgem hipotéticos elos entre o clã Bolsonaro e a milícia do Rio.

E maculam, principalmente, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o 01, alvo de várias investigações nesse sentido. Flávio é assombrado por um manto de suspeitas de enriquecimento ilícito e prática de "rachadinhas", a subtração ilegal e imoral de parte dos salários de assessores parlamentares. Entre outras denúncias. Até quando o País vai continuar assistindo esse festival de conjeturas envolvendo o clã Bolsonaro? Quando, afinal, se saberá quem mandou matar Marielle?

OBS: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do pensarpiaui.

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