Pensar Piauí
Doutor em Antropologia

Arnaldo Eugênio

Doutor em Antropologia

Um dia infame

Foto: ReproduçãoDez jornalistas foram agredidos durante ataques terroristas
Um dia infame

 

O banditismo político e golpista de viés trumpista e perpetrados por civis e militares antidemocráticos ocorrido em Brasília, não deve ficar impune nem sair da memória do povo brasileiro, por ter sido um dia da infame. Onde a cólera do vandalismo, da arruaça, da tentativa de golpe de estado e da destruição do patrimônio público brasileiro foi posta em prática com o modus operandi do ataque ao Capitólio nos Estados Unidos, em 2021, como orientou Donald Trump.

Naquele domingo sombrio, o povo brasileiro foi covardemente atacado pela essência odiosa do bolsonarismo, através de atos criminosos por não aceitarem o resultado eleitoral vindo das urnas, tentando um golpe de estado. O quebra-quebra protagonizado por seguidores fanáticos do ex-presidente derrotado nas urnas, Jair Bolsonaro – que abandonou o país –, não foi um ato político, legítimo e reivindicatório, mas uma série de crimes hediondos contra a nação.

As primeiras investigações oficiais apontam para uma ação planejada e executada pelo clã bolsonarista, com o apoio e estímulo dos asseclas trumpistas. Por isso, os danosos episódios de vandalismo com inspiração golpista não podem receber anistia e devem constar em memorial para demonstrar a força da democracia no Brasil. Aos bestializados todos os rigores da lei, para desestimular e desarticular todo movimento político, que personifique o fascismo no país.

Uma minoria de falsos patriotas não destruiu a democracia. Mas, urge punir os ataques dessa horda que se alimenta na fonte do ódio e do fake news, com a complacência de civis e militares, que conspiraram contra a República. As depredações, os saques e as invasões das sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal exigem uma resposta legal na proporção dos danos materiais, morais e culturais contra o povo brasileiro.

É importante, também, levar às escolas todas as informações e os conhecimentos necessários sobre os riscos, que trazem uma sabotagem da ordem social e política do país, fundada em falsas premissas. A orquestração para a depredação dos bens públicos e das instituições democráticas são atos de vândalos, baderneiros e criminosos. 

A ação de um governo bolsonarista genocida e o estímulo aos bestializados devem ser rigorosamente enfrentadas com a legislação penal vigente no país. Pois, o exercício do direito à liberdade de expressão não é uma autorização para violentar, saquear, odiar, matar, ofender, ameaçar e dá um golpe de estado.

A depredação dos prédios dos três Poderes da República não foi um ataque ao governo Lula, mas uma ação criminosa contra à democracia, à sociedade e ao Estado. Ao contrário do que alguns pensam, os atos de barbárie de orientação bolsonarista não destruiu, não enfraqueceu nem dividiu os poderes republicanos. Porém, insta uma resposta penal na medida dos atos praticados.

Os neofascistas brasileiros, que protagonizaram um dia infame no Brasil, não têm nem terão apoio social e abrigo jurídico. Nesse sentido, a defesa da democracia no país exige de todos os brasileiros uma vigilância constante. E torna-se inadmissível aceitar ou votar em pessoas que flertem com o fascismo e apoiem golpistas.

É importante não esquecer que o dia infame foi previamente planejado com a conivência de servidores civis e militares e com financiamento privado. Além de tudo, a tentativa golpista de tomada de Poder à força, incluindo uma minuta de golpe do ex-ministro da justiça revela que tudo foi gestado no núcleo do governo bolsonarista. Portanto, a fonte do ódio, do golpismo, da invasão e da depredação têm apoiadores, executores e financiadores identificáveis e puníveis.

OBS: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do pensarpiaui.

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