Pensar Piauí
Doutor em Antropologia

Arnaldo Eugênio

Doutor em Antropologia

Policiamento de bicicleta

Foto: DivulgaçãoBicicleta

 

Recentemente, depois da posse da primeira governadora efetiva do Piauí, a divulgação de possível implementação de um policiamento de bicicletas gerou vários debates e opiniões divergentes. Porém, muitas visões estão desprovidas de conhecimento e criticidade sobre o modelo de policiamento de bicicleta ou patrulhamento ciclístico, como uma nova modalidade de policiamento para auxiliar e garantir a segurança pública.

Essa modalidade de policiamento da PM não é exclusividade do Piauí e do Brasil, pois outros estados e países já adotaram a bicicleta no policiamento de rua por ser um veículo versátil, que possibilita uma atuação mais ampla, com incontáveis possibilidades. Trata-se de um policiamento complementar, pois o veículo sobre duas rodas acessa lugares que a viatura convencional não alcança e a agilidade permite o atendimento mais rápido e eficiente de ocorrências em lugares e situações específicas.

Os militares estarão sob a bicicleta nos lugares públicos mais frequentados pela população – p.ex. praças, parques, passeios públicos –, sem substituir as outras modalidades de policiamento e, basicamente, aumenta a proximidade física entre policiais e cidadãos – policiamento comunitário. Outro aspecto relevante é o aumento da sensação de segurança, pois a polícia estará mais visível, próxima e acessível para atender às demandas da população local.

No patrulhamento ciclístico, os PMs utilizarão um uniforme adequado à atividade para promoverem a segurança pública e a paz social, principalmente nas áreas comuns de lazer nas cidades. O policiamento de bicicleta é mais ágil, mais próximo da comunidade e tem uma função específica, sem substituir ou anular as outras modalidades de patrulhamentos – p.ex. cavalaria, motos, aeronaves, viaturas convencionais etc.

Diferentemente das opiniões dos acríticos e dos ignorantes sobre o modelo de policiamento de bicicleta ou patrulhamento ciclístico, em diversas cidades no Brasil e em outros países, a presença das "bicicletas viaturas” nos espaços públicos é percebida como algo positivo, principalmente pelos turistas, os transeuntes, outros ciclistas e os comerciantes. Pois, o ciclopoliciamento, de um modo diferente do que estamos acostumados, permite a proximidade dos policiais com a população, aumentando a sensação de segurança e sossego público.

Contrariando a turma do contra, de opiniões superficiais e de senso comum, o ciclopatrulhamento já existe e tem resultados positivos noutros lugares. Antes de iniciarem os trabalhos de ciclopatrulhamento, as equipes da PM passarão por formação e capacitação sobre os fundamentos, as abordagens e as técnicas policiais sobre bicicletas. Na verdade, trata-se de nova modalidade de policiamento preventivo com o intuito de auxiliar os outros modais existentes e garantir a segurança pública.

Semelhante à cavalaria, além de nivelamento teórico e informações à população, os policiais militares farão exercícios práticos para desempenharem com eficiência as cicloatividades, padronizando as condutas, tais como: os cuidados com a bicicleta, a postura correta, as abordagens, a condução e frenagem, as técnicas de tiro policial com bicicleta, perseguições, descidas de rampas e escadas.

Portanto, contrariando os acríticos e a “turma do contra” – que fala com ignorância –, o ciclopatrulamento é um modelo preventivo complementar, ágil e muito eficaz, na medida em que foca no policiamento de proximidade com o cidadão – ou policiamento comunitário –, sendo um reforço policial localizado com ações voltadas para atender a população de forma preventiva, em colaboração e integrado com os outros modais de policiamento já existentes.

OBS: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do pensarpiaui.

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