Arnaldo Eugênio

Entre lobos e cordeiros


Foto: ReproduçãoLobos e cordeiros
Lobos e cordeiros

 

Em anos eleitorais, no Brasil, é muito comum o aparecimento de uma diversidade de candidaturas a cargos majoritários e proporcionais, propondo um “céu na Terra”, para se elegerem ou se reelegerem. Por isso, é fundamental discernir o verdadeiro e o falso. Isto é, “Cuidado com os falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores” (Mateus 7:15).

A expressão popular “lobo em pele de cordeiro” é utilizada para caracterizar uma pessoa que aparenta ter boa índole, mas, na realidade, é má, perversa ou desonesta. Ela usa máscaras, esconde a verdadeira índole negativa e má. E, na política, há muitas bandeiras vermelhas, que os eleitores e eleitoras precisam ter muita atenção para não se enganarem.

As candidaturas que trazem “lobos em pele de cordeiros” nos mostram os indivíduos que fingem amor ao povo e a cidade; são idealistas e intelectualizados; se dizem os salvadores ou enviados de Deus; inocentes e inofensivos – como se fosse um cordeiro – para mentir, falsear, enganar, trair, fraudar, se aproveitar e tirar vantagens dos desatentos, pois, são lobos vorazes, traiçoeiros e inconfiáveis.

No mundo da política, identificar um “lobo na pele de cordeiro” não é tão simples, direta ou fácil, porém, possível e necessário, pois tentarão iludir o seu voto. Para tanto, não os julgue ou abra mão da sua inteligência para “descontar na mesma moeda”, pois aquilo que condenas nos outros não pode lhe contaminar e passar a fazer parte de si.

A política é uma ciência moral normativa do governo da sociedade civil. Trata-se do conhecimento "das relações de regularidade e concordância dos fatos com os motivos que inspiram as lutas em torno do poder do Estado e entre os Estados". Nesse sentido, temos que saber escolher (votar) com base na observação criteriosa sobre o mundo e as pessoas, para absorver o melhor e se esquivar das fraquezas, das falácias, dos enganos, das mentiras, dos corruptos, dos falsos etc.

Durante as campanhas eleitorais, antes de decidir em quem votar, ouça mais e veja mais as atitudes daqueles que pleiteiam um cargo eletivo para perceber se os seus corpos reafirmam o que dizem. Pois, os “lobos”, também, podem ensinar os “cordeiros” a saber se defenderem das armadilhas. Eles estão entre os animais que possuem a mais alta capacidade de adaptação às mudanças, para garantir o seu sucesso e a própria sobrevivência.

Na Bíblia, "quem poupa o lobo sacrifica as ovelhas”, ou seja, trazendo para a política, ao proteger ou mostrar misericórdia, votando naqueles mal-intencionados ou perigosos, estaremos prejudicando ou colocando em risco os inocentes ou vulneráveis na coletividade.

Sem generalizar ou rotular, quando começarem as propagandas eleitorais fiquemos atentos às falas e os gestos dos candidatos, para identificar quem são os “lobos” que querem iludir e abocanhar os votos das “ovelhas”; depois fugir e se esconder por anos atrás do mandato. O “lobo” ataca o rebanho e o dispersa, por isso, é importante colocá-lo no devido lugar, fazê-lo respeitar o direito dos “cordeiros” (dos outros, dos votantes).

Após as convenções partidárias muitos candidatos irão bater a sua porta – alguns com mandato, pleiteando uma reeleição. É fundamental que os eleitores e as eleitoras os ouça e veja se as suas ideias correspondem aos fatos e às demandas da população. Nesse momento é preciso ser ovelha em pele de lobo para lidar com os lobos em pele de cordeiro.

Portanto, os “lobos” na política visam prestígio, privilégios e poder. Para tanto, sempre virão propondo um “céu na Terra” para as “ovelhas”, enganando-as com um ouro de tolo, um gato por lebre, uma fantasia enganosa etc. Por isso, use a sabedoria para diferenciar o verdadeiro do falso, antes de se autopunir nas urnas.

Deixe sua opinião: