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VÍDEO: Brasileira é presa com violência nos EUA

Caso comove Worcester, gera protestos e denúncias de abuso contra imigrantes e separação familiar.


Reprodução VÍDEO: Brasileira é presa com violência nos EUA
Brasileira é presa com violência nos EUA

A prisão de Rosana Ferreira de Oliveira, uma brasileira em situação migratória irregular nos Estados Unidos, desencadeou uma onda de protestos na cidade de Worcester, próxima a Boston. A ação policial ocorreu enquanto Rosana estava em um carro com suas duas filhas, incluindo um bebê de apenas dois meses. A filha adolescente tentou impedir a prisão da mãe e acabou sendo derrubada e imobilizada no chão pelos agentes, com o rosto pressionado contra o asfalto. Ela também foi detida, mas liberada algumas horas depois.

Vídeos gravados por moradores mostram que os agentes do ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas) não apresentaram nenhuma ordem judicial durante a abordagem. A maneira como a prisão foi conduzida e a separação da família causaram comoção imediata na comunidade local. "Nada daquilo era necessário", afirmou a vereadora Etel Haxhiaj, que se pronunciou em defesa dos moradores. “Estou aqui para proteger minha comunidade”, declarou em vídeo publicado nas redes sociais.

Em resposta, o Departamento de Segurança Interna afirmou que Rosana era procurada por acusações de “agressão com arma perigosa” e “agressão contra uma vítima grávida”, sem, no entanto, fornecer detalhes sobre as datas ou circunstâncias dos supostos crimes. A nota oficial também criticou a vereadora, acusando-a de incitar o caos e explorar o caso para fins políticos.

A operação gerou reações contundentes de autoridades locais. O prefeito de Worcester, Joseph Petty, lamentou o episódio e destacou o impacto negativo da atuação do ICE. “O medo do ICE é o pior pesadelo de muitas pessoas em nossa cidade”, declarou. Em protesto, mais de 100 pessoas se reuniram exigindo a retirada do ICE da cidade.

A mobilização ganhou força com a convocação de um ato chamado “Hands Off Worcester Mothers”, marcado para o Dia das Mães. Segundo os organizadores, a operação representa um ataque direto à comunidade imigrante. “Eles não se importam conosco”, afirmou a ativista Shannen Curtin.

A repressão também despertou memórias históricas para alguns moradores. Um estudante judeu-americano comparou o atual cenário com o início das perseguições nazistas. “Adivinhe o que a Alemanha fez primeiro com os judeus? Eles os deportaram”, disse.

No Brasil, a deputada federal Duda Salabert informou ter acionado o Itamaraty após a divulgação dos vídeos. “Uma MÃE, brasileira, foi arrancada do carro e presa com brutalidade”, escreveu em rede social. Ela alertou ainda que, desde domingo, mais de 50 imigrantes teriam sido presos na região, com diversos relatos de perseguição.

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