STF acelera julgamento de Bolsonaro; deputada pede prisão preventiva
Ato pró-anistia falha, e PL tenta apoio para liberar golpistas, mas partido está isolado

O STF demonstrou claramente sua urgência em julgar Jair Bolsonaro e seus aliados, como apontou o colunista Lauro Jardim, do Globo. Ele mencionou que diversos advogados dos acusados já preveem que o julgamento possa acontecer entre agosto e setembro, quando antes a expectativa predominante era para o fim do ano, em dezembro.
Além disso, após o fracasso do ato pró-anistia realizado em Copacabana, o ex-presidente fez declarações que levaram a deputada Duda Salabert (PDT-MG) a protocolar uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a prisão preventiva de Bolsonaro. A parlamentar argumentou que ele usou um tom conspiratório e semeou dúvidas sobre a integridade do processo eleitoral, o que configuraria uma ameaça à ordem democrática.
Contudo, a manifestação não teve grandes efeitos. Bolsonaro não conseguiu conquistar o apoio do centrão. Três líderes do grupo disseram à Folha que o ato teve pouca adesão, ficando restrito ao PL e ao eleitorado fiel ao ex-presidente, sem ampliar a base de apoio. Partidos como PP e Republicanos, por exemplo, ainda não manifestaram apoio formal à proposta de anistia.
Em fevereiro, Bolsonaro teria discutido o assunto com Gilberto Kassab (PSD), e embora o ex-presidente tenha declarado que ele apoia a medida, Kassab não fez nenhum comentário nem deu apoio explícito.
A estratégia do PL seria recolher assinaturas para pedir urgência na votação do projeto de lei durante a reunião do colégio de líderes na próxima quinta-feira (20), com o objetivo de liberar os envolvidos no golpe. No entanto, apesar de Tenente-Coronel Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara, afirmar que o PL já tem votos suficientes, o partido parece estar isolado na causa golpista.
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