"Só perco para mim mesmo", afirma Lula sobre reeleição em 2026
Presidente já articula reeleição com líderes do PT e do MDB, apostando na recuperação econômica até o pleito

A sucessão presidencial de 2026 já começa a movimentar os bastidores políticos em Brasília. Entre parlamentares do centro e da direita, crescem as especulações sobre uma possível desistência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seja pelo desgaste político de seu governo ou pela questão da idade. Aos 79 anos, Lula, no entanto, tem demonstrado sua disposição em disputar um novo mandato. "Vou disputar 2026. E só perco essa eleição para mim mesmo", teria afirmado o presidente em conversa com líderes da cúpula do PT, segundo a coluna do jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles.
Essa declaração foi vista pelos interlocutores como um sinal claro de que Lula não pretende seguir o exemplo do presidente argentino Alberto Fernández, que abriu mão da reeleição e deu espaço para outro nome da esquerda em seu país. Ministros próximos ao presidente relataram que ele não está preocupado com os índices atuais de reprovação de seu governo.
O Planalto interpreta os dados das pesquisas como uma insatisfação com a gestão, mas não com a imagem pessoal de Lula. A principal aposta do governo é que, até outubro de 2026, o cenário econômico melhore, com aumento dos investimentos e a criação de novos empregos, o que poderia reverter a avaliação negativa.
A movimentação pela reeleição já está em andamento. Uma das prioridades de Lula tem sido assegurar o apoio do MDB, partido com grande capilaridade nacional e influência nas alianças regionais. O presidente tem se encontrado com lideranças emedebistas para consolidar essa aliança.
No entanto, há divisões internas no MDB. Enquanto o ex-presidente Michel Temer e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, demonstram resistência à reeleição de Lula, figuras como Renan Filho e Jader Barbalho, que ocupam cargos no governo federal, já se alinham ao projeto de continuidade.
Dentro do próprio PT, Lula também tem se envolvido nas articulações para a sucessão interna do partido e defende a candidatura de Edinho Silva, atual prefeito de Araraquara, à presidência da legenda. Para o presidente, a modernização do partido é crucial para manter sua centralidade na política nacional, e essa reforma interna precisa ser concluída antes das eleições de 2026.
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