Política

Saques em dinheiro para cargos secretos no Rio somam R$ 226 milhões

O levantamento foi feito através de uma planilha fornecida pelo banco em que aparecem 27.665 pessoas pagas pela fundação nos últimos 7 meses

  • terça-feira, 2 de agosto de 2022

Foto: DivulgaçãoSede da Ceperj no Rio de Janeiro
Sede da Ceperj no Rio de Janeiro

Dcm - Segundo investigação realizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, funcionários contratados por meio de cargos secretos pela Fundação Ceperj (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio) retiraram cerca de R$ 226,4 milhões em dinheiro no Banco Bradesco apenas no primeiro semestre do ano.

O levantamento foi feito através de uma planilha fornecida pelo banco em que aparecem 27.665 pessoas pagas pela fundação nos últimos 7 meses. Os valores também constam em uma ação que tramita desde o último domingo (31) na 15ª Vara de Fazenda Pública do Rio de Janeiro. Nela, promotores pedem que sejam suspensas novas contratações pelo órgão e que haja transparência.

Além disso, a quantia recebida por esses funcionários é 91% de todo o valor pago pela fundação a eles em 2022, que foi cerca de R$ 248,9 milhões, diz o UOL.

Os promotores Eduardo Santos de Carvalho, Gláucia Santana e Silvio Ferreira de Carvalho Neto disseram que os saques em espécie são “um procedimento que afronta as mais comezinhas regras de prevenção à lavagem de dinheiro”.

Um exemplo foi a quantidade de saques em dinheiro em uma agência na cidade de Campos dos Goytacazes chamou a atenção dos promotores. Só em oito datas, nos primeiros 6 meses do ano, foram sacados cerca de R$ 300 mil em espécie em cada uma delas em uma agência na cidade de Campos dos Goytacazes.

“A realização de saques de dinheiro em grande volume, tal como acima retratado, constitui nítida afronta às normas de prevenção à lavagem de dinheiro”, declararam os promotores. “O levantamento de quase R$ 226,5 milhões em espécie implica em um volume incomensurável de dinheiro oriundos dos cofres públicos circulando ‘por fora’ do sistema financeiro, cuja efetiva destinação será impossível de verificar”.

Já para o MP-RJ destacou que valores poderiam estar sendo repassados a terceiras pessoas como em uma rachadinha. “É manifesto, portanto, o risco de que a pessoa responsável por arregimentar a mão de obra contratada coordene as operações de saque em espécie para a mesma data, de modo a facilitar que parcela da remuneração dos contratados lhe seja repassada sem deixar rastros no sistema financeiro”.

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