Rui Falcão deve disputar presidência do PT com Edinho Silva
Escolha de Gleisi Hoffmann acelera disputa interna no PT e antecipa sucessão partidária

A indicação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula antecipou o processo de sucessão na presidência do PT, acirrando a disputa interna pela renovação do comando partidário. Ao contrário do que desejavam Lula e seus aliados do chamado Campo Majoritário, não há consenso em torno da candidatura de Edinho Silva, ex-ministro e ex-prefeito de Araraquara, que agora terá, ao menos, um concorrente: o deputado federal Rui Falcão (PT-SP).
Gleisi toma posse nesta segunda-feira (10) como coordenadora política do Palácio do Planalto. Com sua saída da presidência do PT, o cargo será assumido interinamente pelo primeiro vice-presidente do partido, senador Humberto Costa (PT-PE).
Embora ainda não tenha oficializado sua candidatura, Rui Falcão articula nos bastidores o apoio de outras correntes internas do partido. Seu objetivo é construir uma frente de unidade em torno de uma plataforma de esquerda, que reforce o perfil ideológico do PT e defenda pautas historicamente ligadas à legenda — mesmo aquelas que não contam com respaldo pleno do governo federal.
A intenção de Rui Falcão em disputar o comando do partido foi confirmada, indiretamente, pelo ex-deputado José Genoíno. "Quem deve anunciar candidatura é o candidato. De minha parte, posso dizer apenas que apoiarei o Rui, caso ele de fato entre na disputa com uma plataforma que valorize o PT, sua história e suas lutas. O partido deve apoiar o governo, mas não pode se confundir com ele, nem permitir que sua identidade seja diluída", afirmou Genoíno.
A última vez que o PT viveu uma disputa interna estando no poder foi em 2005, durante a crise do mensalão, quando Ricardo Berzoini venceu Raul Pont para assumir a presidência da sigla.
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