Regina Sousa destaca avanços sociais e desafios políticos no Piauí

A secretária de Estado da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos (Sasc), Regina Sousa, falou em entrevista ao pensarpiauí na tarde desta segunda-feira (07), sobre os desafios e avanços enfrentados pela pasta, reforçando que a assistência social vai muito além da entrega de cestas básicas. “Temos um compromisso com o acolhimento de crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade. Foi desafiador, um verdadeiro choque, mas estamos avançando”, afirmou.

Entre os programas destacados, Regina citou o Criança Feliz, voltado ao desenvolvimento infantil e apoio às famílias, além do plano Primeira Infância e do programa Família Acolhedora, que acolhe temporariamente crianças em situação de risco por até 18 meses, enquanto se aguarda reintegração familiar ou adoção.

Fortalecimento dos municípios e ações complementares

Regina também enfatizou o compromisso da Sasc com a capacitação das equipes nos municípios e melhorias estruturais nos CRAS, que são a principal porta de entrada para os serviços sociais. “Nosso dever é capacitar e apoiar quem está na linha de frente da assistência”, destacou.

No campo dos benefícios, além do Bolsa Família, principal programa de transferência de renda do país, a Sasc atua com o Cartão Social, que oferece R$ 200 mensais por seis meses para famílias em situação de vulnerabilidade, e o Cartão Emergência, no valor de R$ 400, voltado a situações de maior urgência como catástrofes ambientais.

Cenário político: Senado, governo e futuro do PT

Além das pautas sociais, Regina Sousa também falou sobre o cenário político nacional e estadual. A ex-governadora comentou as articulações em torno das eleições para o Senado Federal e as conversas sobre o futuro do governo do Piauí. Um dos pontos em debate é quem poderá ser o vice na chapa de Rafael Fonteles, atual governador do estado, para a próxima eleição. “A política se constrói no diálogo, e essa conversa sobre o futuro do governo já começou”, afirmou.

Questionada sobre a presença do senador Ciro Nogueira no cenário político piauiense, Regina foi direta: “Ciro Nogueira representa, sim, um perigo ao governo do estado. Ele tem força política e influência. É um adversário que o PT precisa observar com atenção. Seria ingênuo subestimá-lo.”

PT: passado, presente e futuro

Militante histórica do Partido dos Trabalhadores (PT), Regina refletiu sobre os 45 anos do partido. “No começo, éramos um grupo sonhador — pessoas das igrejas, sindicatos, associações — que enfrentavam a ditadura e lutavam por democracia. Hoje, o partido se tornou mais pragmático. A utopia se perdeu em parte. Quando se chega ao poder, cadê o sonho?”, questiona.

Ela também comentou sobre a transformação do mundo do trabalho com o avanço da tecnologia. “Muitos cargos desapareceram. O governo de Rafael é um governo tecnológico, feito por ‘meninos’ que têm outra forma de ver e agir.”

Em relação a Lula em 2026, Regina acredita que a decisão vai depender das condições físicas e políticas do presidente. “Ele tem vontade e capacidade, mas é um peso grande. Precisamos discutir outras opções e estar preparados. Se não for o Lula, quem será?”

A entrevista com Regina Sousa mostra não apenas um retrato do trabalho social desenvolvido no Piauí, mas também uma análise lúcida e crítica dos bastidores da política local e nacional, refletindo os desafios e incertezas que o PT e o Brasil enfrentam nos próximos anos.

A íntegra da entrevista você verá amanhã logo cedo no canal do pensapiauí no YouTube.

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