Política

Prisão de Daniel Silveira não é problema do Planalto, diz líder do governo

Ricardo Barros não se arrisca a prever se Daniel Silveira será cassado ou não

  • sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Foto: Redes SociaisRicardo Barros (PP), líder do governo na Câmara
Ricardo Barros (PP), líder do governo na Câmara

O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), disse que o Planalto não se movimentou para soltar o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), por entender que esta não é uma questão do Executivo. Barros, que votará pela libertação do colega, acredita que a prisão de Daniel Silveira será mantida pelo plenário nesta sexta-feira (19), com o apoio de cerca de 350 deputados. "O governo não está nisso, não se manifesta nesse assunto, que é entre Legislativo e Judiciário", declarou.

Para ele, a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de prender o deputado bolsonarista depois de ele ter feito ameaças e ataques à corte, não constrangeu o governo."Criou constrangimento para o Congresso. Ficou muito difícil validar uma decisão inadequadamente juridicamente tomada pelo Supremo", considera.

O deputado reprova a fala de Daniel Silveira e considera que essa é a posição da maioria dos integrantes da Câmara."Se soltarmos, parece que todos concordamos com o discurso dele. O Congresso concluiu que não pode defender o discurso de quem defende o AI-5, que fechou o próprio Congresso", ressalta.

O presidente Jair Bolsonaro e seus filhos Flávio, Carlos e Eduardo não se manifestaram sobre a prisão de Silveira, amigo da família.

                                                                                                                                                                                                              

Bolsonaro e Daniel Silveira em voo presidencial. Presidente não se manifestou sobre a prisão do deputado bolsonarista
Bolsonaro e Daniel Silveira em voo presidencial. Presidente não se manifestou sobre a prisão do deputado bolsonarista

Na avaliação de Ricardo Barros, o Supremo deixou a Câmara "entre a cruz e a espada" e mandou um recado a deputados que têm adotado discursos extremistas."Consideramos que isso foi um ponto fora da curva e que o Supremo entenda também dessa forma. O nosso ambiente da Câmara precisa ser melhorado de nível. É um recado de que tudo tem limite", disse o deputado.

O líder do governo conta que lideranças partidárias chegaram a sugerir um acordo para que Daniel Silveira deixasse a prisão: em troca da liberdade, ele teria o mandato suspenso por 90 dias. Mas Silveira não aceitou a proposta.

"O objetivo da suspensão era para que a Câmara não precisasse validar uma decisão do Supremo juridicamente questionável. Evitaríamos a avalização da decisão e daríamos a punição a ele. Teríamos 90 dias de suspensão para resolver o problema. Era uma solução melhor, mas como ela não é regimental, teríamos de validar a decisão do Conselho de Ética e não do plenário. Precisávamos de um acordo. E ele nao concordou. Na reunião de líderes vários parlamentares propuseram alternativas ao impasse. Essa era uma alternativa boa, mas o próprio PSL não quis participar. Vamos ao voto", explicou.

Ricardo Barros defende que o Congresso retome de imediato a análise da pauta legislativa na próxima semana, mas não se arrisca a prever se Daniel Silveira será cassado ou não. O deputado fluminense é alvo de representações da Mesa Diretora e da oposição."Não posso afirmar isso porque o processo do Conselho de Ética tem prazos. O momento será outro. Não sei como estará o ambiente daqui a quatro meses", afirmou.

Com informações do Congresso em Foco

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