Religião

Papa Francisco morreu de um AVC e insuficiência cardíaca

O anúncio foi feito pelo Vaticano


Reprodução Papa Francisco morreu de um AVC e insuficiência cardíaca
A causa da morte de Francisco

O papa Francisco faleceu na manhã desta segunda-feira, aos 88 anos, em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca. O anúncio foi feito pelo Vaticano, que confirmou a morte às 7h35 no horário local (2h35 em Brasília), na residência Santa Marta, onde o pontífice vivia.

De acordo com o professor Andrea Arcangeli, diretor da Direção de Saúde e Higiene do Estado da Cidade do Vaticano, a confirmação do óbito foi feita por meio de um eletrocardiotanatograma. O laudo aponta que Francisco entrou em coma antes de falecer. Seu quadro de saúde era considerado frágil e vinha se agravando nos últimos meses devido a episódios de pneumonia, hipertensão e diabetes tipo 2.

Mesmo diante das recomendações médicas para repouso absoluto, o pontífice insistiu em manter sua agenda pública. Após 37 dias de internação, ele recebeu alta hospitalar no fim de março, com a orientação de permanecer em repouso por pelo menos dois meses. Ainda assim, Francisco participou das celebrações da Semana Santa, começando no dia 13 de abril, quando apareceu sem o auxílio de oxigênio para cumprimentar fiéis. No dia 17, Quinta-feira Santa, visitou uma prisão em Roma e encontrou-se com 70 detentos.

No fim de semana anterior à sua morte, surpreendeu ao surgir de forma espontânea na Basílica de São Pedro em dois dias consecutivos. No sábado (19), circulou em cadeira de rodas e cumprimentou fiéis sem cerimônia. No domingo de Páscoa, apareceu na sacada da basílica para abençoar os fiéis e desejar uma Feliz Páscoa.

Um funeral simples para um papa dos pobres

Fiel à imagem que construiu ao longo de seu pontificado, Francisco solicitou a simplificação dos rituais fúnebres. Em vez do tradicional catafalco — a estrutura elevada onde os corpos dos papas são expostos — o corpo do pontífice será velado dentro de um caixão com a tampa aberta, permitindo a despedida dos fiéis. Ele também escolheu um caixão simples, feito de madeira revestida de zinco, rompendo com a tradição dos três caixões de cipreste, chumbo e carvalho.

“O rito renovado deveria enfatizar que o funeral do Romano Pontífice é o de um pastor e discípulo de Cristo, e não de um homem poderoso deste mundo”, declarou o arcebispo Diego Ravelli, Mestre das Celebrações Litúrgicas dos Pontífices.

Em outro gesto simbólico, Francisco será sepultado fora do Vaticano — algo inédito em mais de um século. Seu desejo foi ser enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, a primeira igreja que visitou após ser eleito papa, e local que frequentou diversas vezes em momentos de oração, inclusive durante a pandemia. Antes dele, apenas o papa Leão XIII, em 1903, havia sido sepultado fora do território vaticano, na igreja de São João de Latrão.

Um pontífice latino-americano com legado reformista

Jorge Mario Bergoglio entrou para a história como o primeiro papa latino-americano. Ao escolher o nome Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis — padroeiro dos pobres — sinalizou desde o início uma abordagem pastoral centrada na humildade, na justiça social e na inclusão.

Durante mais de uma década à frente da Igreja Católica, promoveu reformas importantes no Vaticano, defendeu uma postura de acolhimento a minorias e buscou ampliar os horizontes da Igreja em temas contemporâneos, como mudanças climáticas, desigualdade e diálogo inter-religioso.

Sua morte marca o fim de um dos pontificados mais emblemáticos da era moderna.

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