Povo de Porto Alegre (RS) sofre com falta de luz, bloqueios em acessos e vias, escassez de água. É o caos!
Devido à falta de luz e água, a população organizou pelo menos 25 protestos em diferentes pontos da cidade entre quarta-feira (17) e quinta-feira (18)
Um temporal atingiu o Rio Grande do Sul na noite da última terça-feira. A forte chuva provocou quedas de árvores, alagamentos e falta de luz em diversas regiões. Uma pessoa morreu e dez ficaram feridos em Cachoeirinha.
O temporal teve ainda ventos fortes e queda de granizo. Em Porto Alegre, de acordo com as medições do Aeroporto Salgado Filho e da estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) do bairro Jardim Botânico, foram registradas rajadas de 89 km/h.
Moradores de diferentes bairros de Porto Alegre (RS) enfrentam desafios após a passagem da tempestade. O cenário é marcado por árvores e fios caídos, bloqueios em acessos e vias, trechos de escuridão, escassez de gelo e água em supermercados, e torneiras secas.
Devido à falta de luz e água, a população organizou pelo menos 25 protestos em diferentes pontos da cidade entre quarta-feira (17) e quinta-feira (18), pedindo o restabelecimento dos serviços. Segundo o superintendente da CEEE Equatorial, Sergio Valinho, a normalização completa dos serviços está prevista até domingo (21).
O Comando Militar do Sul enviou 40 militares para auxiliar a prefeitura de Porto Alegre na remoção de árvores caídas. O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) não divulgou a estimativa de pessoas sem água na cidade. Pela manhã, o último balanço indicava 300 mil imóveis desabastecidos. Conforme o órgão, 35 das 87 estações de bombeamento de água tratada enfrentam problemas de energia ou nível abaixo do ideal para operação, com a previsão de normalização em até 48 horas.
Das 134 unidades de saúde de Porto Alegre, 62 ficaram sem energia elétrica, mas continuaram operando. Além disso, 84 postos operaram com restrições, incluindo falta de luz, desabastecimento de água e ausência de sinal de internet, conforme informações da prefeitura.
Nascido em 18 de janeiro de 1959, em Caxias do Sul, o cantor, compositor e violonista gaúcho Nei Lisboa completou 65 anos nesta quinta-feira. O músico reside em Porto Alegre desde os seis anos de idade.
Em comemoração a seu aniversário, Nei usou o seu humor ácido, porém refinado, para criticar o estado de caos que se tornou Porto Alegre desde a última terça-feira. Em um áudio enviado para o programa “Conversa de Botequim” Especial sobre sua vida e obra, apresentado pela FM Cultura, o artista falou da comemoração que estaria fazendo com os comes e bebes que estão estragando na sua geladeira, em virtude da falta de luz, fora a internet, a água e outros problemas destes últimos dois dias. Veja o que ele disse:
"Pois hoje é sim, caros ouvintes do Conversa de Botequim, meu aniversário de 65 anos bem vividos, idade de aposentadoria, mas que vou cumprir trabalhando bastante, com grande gosto e prazer pela minha profissão. Espero que assim continue por muitos anos mais. Já comemorei de véspera a data, com um jantar à luz de velas, um clima romântico e silencioso, bem apropriado, sem ruídos de ventilador ou ar-condicionado, apenas o calor que nessas horas nos aquece o coração e nos dá energia para subir e descer seis andares de escadas sempre que precisa. O aniversário é meu, mas quero partilhar a alegria com todos e presentear também e especialmente o Governador do Estado e o Prefeito da nossa Capital, com a costela, o franguinho, o sorvete que saíram do freezer da geladeira desligados aqui de casa, o presunto e o queijo, a manteiga, ovos, iogurte, uma ambrosia inhame feita pela Cíntia (Beloc, esposa) e até um sachê da cachorrinha, de boa marca, viu? É uma oferenda humilde, eu sei, mas sinceramente agradecida pela privatização da CEEE, o manejo da arborização urbana, a atenção preventiva às mudanças climáticas e a excelência administrativa que merecem de todos nós o aplauso e o brinde, como é praxe em nosso verão, com uma boa cerveja. Quente, né, mas, poxa, não se pode querer que a vida seja sempre um palco iluminado. Um abraço e um beijo.”
O escritor gaúcho Juremir Machado da Silva também exibiu sua contrariedade sobre o que acontece em Porto Alegre num duro artigo em que não poupa críticas aos governantes e principalmdente a agência de energia da cidade. Veja:
Equatorial, monumento à incompetência
“Privatiza que melhora” é o “cândido” lema da ideologia ultraliberal.
É gente esquisita, que, em geral, quer o Estado longe da gestão e da economia, mas se metendo na sexualidade ou no comportamento privado das pessoas.
Quase tudo no Rio Grande do Sul continua chegando com 30 ou 40 anos de atraso.
Grandes cidades europeias privatizaram água e luz nos anos 1990. Têm voltado atrás recentemente.
Enquanto cidades europeias importantes caminham para o transporte público gratuito, Porto Alegre privatiza o que tinha de melhor. Sucateia e privatiza.
A Equatorial é caso de estudo: por onde passa, piora os serviços.
Achou que podia fazer mais com menos para ganhar mais ainda.
Cortou pessoal e deu no que temos: bairros centrais de Porto Alegre 48 horas sem energia.
Tem uma parte do Bom Fim, na Fernandes Vieira, premiada: toda semana falta luz.
O prefeito de Porto Alegre passou recibo em rede social: pediu ajuda para ter contato com o presidente da Equatorial. O cara deve estar no escambau contando a grana fácil. Cobra muito, “entrega” pouco.
A Equatorial admitiu a sua incompetência ao dizer em nota que estava trazendo pessoal de outros estados para ajudar no RS. Falou em “time”. Não é time, porra, é equipe.
É com essas palavras que se enrola bobo e gestor deslumbrados.
São os que agora falam rooftop e outras patacoadas do gênero. Puro efeito de modernização.
Os modernizadores fanáticos substituíram o bonde pelo ônibus, os trens pelo transporte rodoviário, a sacola de pano pelo plástico, o público pelo privado em gestão.
Os argumentos são sempre os mesmos: praticidade, novidade, progresso, agilidade e, circularmente, modernidade.
Quem resiste é anacrônico.
Depois vão andar de bonde e de trem na Europa.
Cara que se elege gestor público e começa a privatizar serviços essenciais atesta de mau administrador.
Como não sabe gerir, vende.
Quem critica as suas espertezas tolas, ou nem tanto, vira comunista.
E assim assustam a vovó com o lobo mau vermelho enquanto devoram chapeuzinho em leilões virtuais.
A Equatorial é um monumento à incompetência, especialmente dos que a trouxeram para cá.
Bravo, iluminados!
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