Por que Bolsonaro é contra o impeachment de Lula
Pediu que a oposição se concentre em questões como “liberdade de expressão, segurança e custo de vida”
Às vésperas de ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por envolvimento em uma tentativa de golpe, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem intensificado seus ataques ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e buscado apoio entre líderes partidários para aprovar, no Congresso, um projeto de anistia aos responsáveis pelos atos golpistas de 8 de janeiro.
Bolsonaro tem defendido que o PL adote essa causa, em vez de continuar focando no impeachment do presidente Lula (PT), como sugerido por alguns de seus aliados, que se baseiam na queda na popularidade do petista, apontada pelo Datafolha na última sexta-feira.
Embora tenha aumentado as críticas ao governo atual, especialmente na área econômica, Bolsonaro se opõe, dentro do PL, ao impeachment de Lula, atitude que tem gerado desconforto entre os membros do partido.
Em um vídeo publicado nas redes sociais no domingo, o ex-presidente pediu que a oposição se concentre em questões como “liberdade de expressão, segurança e custo de vida”, deixando a campanha “Fora Lula” para as eleições de 2026.
Ataques ao TSE
No sábado, durante uma transmissão ao vivo com apoiadores nos Estados Unidos, Bolsonaro voltou a questionar a lisura do processo eleitoral. Sem apresentar provas, afirmou que o TSE teria recebido recursos estrangeiros para incentivar jovens de 16 anos a tirarem o título de eleitor, o que, segundo ele, teria favorecido Lula em 2022, pois a maioria dos eleitores dessa faixa etária “votaria na esquerda”.
Reunião com a oposição
Nesta terça-feira (18), Bolsonaro participará de um almoço com parlamentares da oposição no Senado. O encontro ocorre no contexto das negociações para aprovar a anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro e tentar reverter sua inelegibilidade.
Os parlamentares presentes esperam que Bolsonaro se pronuncie sobre os recentes ataques ao governo Lula. O ex-presidente, preocupado com a possibilidade de prisão, busca manter sua base unida e mobilizar seus apoiadores diante do cerco judicial que se fecha contra ele e seus aliados.
“Este é um encontro que ocorre toda terça-feira com os senadores de oposição. O (ex-)presidente Bolsonaro foi convidado para conversar conosco sobre o início do ano legislativo e as várias pautas importantes que dizem respeito ao povo brasileiro, incluindo anistia, conjuntura e outros temas. Não há pauta definida”, afirmou o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN).
Deixe sua opinião: