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Piauí encerra primeira fase do CapacitIA com mais de 700 servidores qualificados em inteligência artificial

O Piauí concluiu essa semana o primeiro ciclo de um dos mais arrojados e abrangentes programas de capacitação em inteligência artificial do setor público brasileiro: o CapacitIA. Idealizado e executado pela Secretaria de Inteligência Artificial, Economia

  • quarta-feira, 9 de julho de 2025
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O Piauí concluiu essa semana o primeiro ciclo de um dos mais arrojados e abrangentes programas de capacitação em inteligência artificial do setor público brasileiro: o CapacitIA. Idealizado e executado pela Secretaria de Inteligência Artificial, Economia Digital, Ciência, Tecnologia e Inovação (SIA), o programa beneficiou, em menos de um ano, mais de 700 servidores de 46 órgãos estaduais, por meio de cursos presenciais, masterclasses e oficinas práticas. A ação representa um marco na estratégia do Governo do Estado de inserir o Piauí no mapa da inovação mundial.

A iniciativa é fruto direto da visão estratégica do governador Rafael Fonteles, que apostou na criação da SIA como uma estrutura transversal, com a missão de popularizar o uso da inteligência artificial, fomentar o desenvolvimento digital e garantir que as tecnologias emergentes se tornem aliadas do cidadão. Ao invés de importar soluções prontas, o CapacitIA se destacou por formar agentes públicos capazes de identificar problemas e construir soluções personalizadas com ferramentas de IA.

“Desde a criação da SIA, em abril de 2024, o nosso compromisso tem sido posicionar o Piauí na vanguarda tecnológica do Brasil e do mundo. O CapacitIA é uma das ferramentas desse processo. Por meio da formação em inteligência artificial, estamos transformando não apenas a forma como os servidores trabalham, mas a maneira como o Estado pensa, planeja e executa políticas públicas. Governar com apoio da tecnologia é governar com mais eficiência, com mais foco nas pessoas e com mais capacidade de resposta às necessidades da população”, declarou o secretário André Macedo.

Masterclass realizado pela SIA (Foto: Ascom SIA)

Serviço público com mais eficiência, inovação e humanidade

Com 740 inscritos, o CapacitIA superou as expectativas para formações com essa carga técnica e curta duração. A proposta do curso foi simples e ambiciosa: ensinar servidores a usar a inteligência artificial para automatizar tarefas, gerar relatórios, organizar dados, criar assistentes virtuais e, acima de tudo, otimizar o tempo de atendimento ao cidadão.

Ao todo, foram realizadas oito masterclasses com lideranças estratégicas e 18 cursos práticos com turmas multidisciplinares, distribuídas por eixos temáticos. O programa também produziu dezenas de assistentes virtuais personalizados, desenvolvidos pelos próprios servidores, com aplicação imediata nas rotinas administrativas.

Allan Cronemberger (Foto: Ascom SIA)

Allan Cronemberger, especialista em monitoramento e avaliação do Projeto Piauí Sustentável e Inclusivo (PSI), vinculado à Secretaria de Planejamento (Seplan), destaca como os conhecimentos adquiridos no CapacitIA estão sendo aplicados de forma concreta na rotina do projeto. “Aqui no nosso núcleo, a gente tem usado assistentes virtuais para ajudar em várias tarefas do Projeto Piauí Sustentável e Inclusivo. Eles têm sido úteis na hora de montar documentos técnicos, como os Termos de Referência, sempre seguindo as diretrizes do próprio projeto. Também estão ajudando bastante no acompanhamento das aquisições e no monitoramento das ações, o que tem deixado nosso dia a dia mais prático e organizado”, exemplificou.

De acordo com o servidor, a capacitação foi essencial para este trabalho. “A equipe do PSI participou dos workshops promovidos pelo CapacitIA. Foi uma experiência prática e muito útil, que agora está ajudando bastante no dia a dia do projeto”, assegurou.

Capacitações que geram autonomia, engajamento e propósito

A cada nova turma, o programa se tornou mais do que uma formação: virou um espaço de escuta, troca de experiências e descoberta de caminhos mais acessíveis para lidar com a tecnologia. A presença de servidores de diferentes faixas etárias, níveis hierárquicos e áreas de atuação comprova que a inovação é uma linguagem possível a todos.

Com destaque para a inclusão e o protagonismo das pessoas com deficiência no processo de transformação digital do Estado, a fala da servidora Camila Marques, assessora técnica e coordenadora de Trabalho, Emprego, Renda e Lazer para o Desporto na SEID, sintetiza o impacto do CapacitIA na vida de quem participa do programa.

“Eu quero registrar e parabenizar a iniciativa da Secretaria, porque a gente tem visto o investimento que o Estado tem feito em inteligência artificial, essa visão inovadora, e também que a gente vê muito isso nas empresas privadas, no mundo afora. Eu fico muito feliz mesmo, porque sou uma pessoa com deficiência e a inteligência artificial tem me trazido muito mais autonomia, tanto no trabalho como na vida pessoal, de modo geral”, afirma.

Ao relatar sua experiência no CapacitIA, Camila também enfatiza a importância da continuidade do programa e da abertura para novos ciclos de formação mais avançados. “No meu caso, como não enxergo, foi muito mais desafiador desenvolver essa ferramenta. Mas a gente gostou muito, a gente viu que é possível”, assegura.

A missão da SIA: formar um governo digital inclusivo

Como destaca a coordenação do projeto, o CapacitIA está inserido na missão central da SIA: formar, conectar e transformar a máquina pública através da inteligência artificial e da cultura digital. Não se trata apenas de modernizar, mas de colocar o cidadão no centro do processo e tornar o serviço público mais acessível, eficiente e humanizado.

“Chegamos ao fim de um ciclo muito importante com o CapacitIA. Foram muitas turmas, muitas ideias e aprendizados compartilhados. O que mais nos deixa satisfeitos é ver que os servidores públicos agora têm uma visão mais clara do que é a inteligência artificial e de como ela pode ser aplicada, de maneira prática, para melhorar os serviços prestados à população. Desde a automação de tarefas simples até soluções mais estratégicas, como o uso de assistentes virtuais e análise de dados, os participantes demonstraram criatividade e comprometimento em transformar a gestão pública com o uso da tecnologia”, declarou Joselito Júnior, coordenador de Formação em IA da SIA.

Secretário André Macedo (Foto: Ascom SIA)

CapacitIA Autonomia Digital: IA para o povo

O impacto do programa extrapolou as paredes dos órgãos públicos. Em junho de 2025, nasceu o CapacitIA Autonomia Digital, uma ramificação do projeto voltada à formação de lideranças comunitárias que participam do Orçamento Participativo Digital (OPA). Com turmas em Teresina, Parnaíba, Picos, Floriano e Piripiri, o curso levou até as periferias e o interior ensinamentos práticos sobre uso seguro do celular, acesso a serviços digitais, redes sociais, aplicativos e participação política online.

“O CapacitIA Autonomia Digital nasce com a missão de garantir que ninguém fique para trás nesse novo ciclo de transformação digital. Estamos levando conhecimento tecnológico a quem realmente precisa — lideranças comunitárias que, muitas vezes, são invisibilizadas nos debates sobre inovação — para que possam atuar com mais autonomia, segurança e voz ativa no OPA. Inclusão digital é, antes de tudo, inclusão social. Ensinar desde o uso básico do celular até o acesso a serviços públicos e a participação cidadã é uma forma de empoderar comunidades e garantir que a tecnologia esteja a serviço das pessoas, principalmente as que mais precisam”, pontua Marina Reis, coordenadora de Inclusão da SIA.

Ela explica que, diferente do CapacitIA voltado para servidores, o Autonomia Digital foca em ampliar o acesso à tecnologia nas pontas, promovendo cidadania digital. “A gente trabalha com uma metodologia simples e acolhedora, mostrando que qualquer pessoa, independente da idade ou escolaridade, pode sim usar a tecnologia a seu favor. Já nas primeiras turmas, vimos pessoas que nunca tinham usado aplicativos, conseguindo enviar localização, acessar documentos digitais. Isso mostra que, com escuta ativa e didática acessível, é possível democratizar a tecnologia no Piauí”, comemora Marina Reis.

 

O que vem depois: legado e continuidade

Com o encerramento da formação da equipe da própria SIA, o ciclo inicial do CapacitIA se completa, mas o programa já aponta para novas possibilidades. Em fase de avaliação e planejamento, a SIA pretende ampliar a iniciativa para servidores municipais, educadores e sociedade civil. O legado já é claro: o Piauí não apenas entrou na era da inteligência artificial, mas ajudou a desenhar um modelo de governo digital centrado nas pessoas.

“O CapacitIA já é uma realidade consolidada dentro do Governo do Piauí. E o mais interessante é que ele chamou a atenção de outros órgãos, inclusive fora da esfera estadual, com os quais a SIA já firmou novas parcerias para expandir essa formação em inteligência artificial. Nosso objetivo é desmistificar o uso da IA — não é algo para se temer, mas para se aprender e dominar. Ela já está presente no nosso cotidiano e pode ser aplicada para muitas finalidades positivas, como agilizar atendimentos, organizar fluxos internos, melhorar a comunicação institucional e, principalmente, tornar o serviço público mais eficiente, humano e acessível para toda a população”, afirmou Fabbio Borges, diretor de Desenvolvimento de Inteligência Artificial da SIA.

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