Política

PF intima Boulos por críticas a Bolsonaro no Twitter

O ex-candidato a prefeito de São Paulo terá que se apresentar na superintendência da Polícia Federal em São Paulo no próximo dia 29

  • quarta-feira, 21 de abril de 2021

Foto: ReproduçãoGuilherme Boulos (Psol)
Guilherme Boulos (Psol)

O coordenador do MTST, Guilherme Boulos, é mais uma vítima da Lei de Segurança Nacional, criada no período da ditadura para cercear a liberdade de expressão. O líder do movimento pelo acesso à moradia foi enquadrado nesta quarta-feira (21) por fazer postagem no twitter com críticas a Jair Bolsonaro. 

“Fui intimado pela PF na Lei de Segurança Nacional por um tuíte sobre Bolsonaro. A perseguição deste governo não tem limites. Não vão nos intimidar!”, escreveu Boulos. Veja o tuíte:

Boulos terá que se apresentar na superintendência da Polícia Federal em São Paulo no próximo dia 29. Além de Boulos, a PF autuou também o youtuber Felipe Neto, que foi pego de surpresa com a intimação e disse que não irá se calar após sofrer gesto de censura.

"Fui surpreendido com uma intimação para depor em um inquérito aberto pela Polícia Federal, a mando do Ministério da Justiça, por supostamente ter cometido um ‘crime contra a segurança nacional’ ao fazer um comentário sobre Bolsonaro no Twitter há exatamente um ano”, disse Boulos, em nota.

Boulos destacou que a “Lei de Segurança Nacional, este resquício da ditadura que vem servindo ao governo para perseguir” opositores e pontuou que seguirá criticando Bolsonaro publicamente.“Seguirei cada vez mais determinado na oposição a Bolsonaro, fazendo todas as críticas a ele e a seu governo de forma pública e direta. Não vamos aceitar intimidações. Não vão nos calar”, acrescentou.

Publicação

A publicação em questão foi em 20 de abril de 2020, há um ano.

Bolsonaro participou de um ato, em Brasília, onde manifestantes pediam intervenção militar e o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional. Na ocasião, o presidente declarou: “Eu sou a Constituição”.

A declaração de Bolsonaro remeteu a frase: “O Estado sou eu”, atribuída a Luís XIV, rei da França no século XVII. Boulos comentou: “Um lembrete para Bolsonaro: a dinastia de Luís XIV terminou na guilhotina…”.

O presidente segue intimidando opositores. No dia 28 de março, cinco jovens foram presos pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) enquanto estendiam uma faixa de protesto contra Bolsonaro, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. O ativista Rodrigo Pilha passou do regime fechado para o semiaberto em 12 de abril.

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