PensarSegurança debate racismo estrutural, estigmas familiares e falhas no sistema judicial
O programa trouxe três temas que desafiam o senso comum e convidam o público a pensar para além das manchetes

O Portal Pensar Piauí, por meio de seu canal no YouTube, realizou hoje mais uma edição do programa quinzenal PensarSegurança, conduzido pelo jornalista Oscar de Barros. O programa, conhecido por provocar reflexões críticas sobre segurança pública, justiça e direitos humanos, trouxe nesta edição três temas que desafiam o senso comum e convidam o público a pensar para além das manchetes.
O primeiro ponto abordado foi a prisão do MC Piso do Rodo, que reacendeu o debate sobre racismo estrutural e seletividade penal. Oscar questionou: “Estamos diante de mais um caso de perseguição policial a pretos, pobres e favelados, ou trata-se simplesmente do cumprimento da Lei?” O jornalista fez um paralelo histórico, lembrando que, no início do século passado, o samba e os sambistas eram alvo da repressão policial, com base na chamada Lei da Vadiagem, usada como desculpa para perseguir manifestações culturais das periferias. “A criminalização da juventude negra e periférica continua, só mudaram os nomes das leis e os alvos dos mandados”, disse.
No segundo tema, Oscar refletiu sobre o filho de Marcola, líder do PCC, que hoje está com 17 anos. “Como a sociedade deve lidar com alguém que carrega o estigma de ter um pai ligado ao crime organizado?”, questionou. O jornalista alertou para o risco de uma justiça baseada na hereditariedade do crime: “Um jovem deve ser julgado por suas próprias ações, não pela história de seus pais. O contrário disso é barbárie social”, afirmou.
Por fim, Oscar analisou o caso recente em que a Polícia Federal apreendeu um avião com 400 quilos de cocaína no interior de São Paulo. O piloto chegou a cumprir dois anos de prisão, mas foi solto por ordem de um juiz, que considerou ilegal o processo da prisão. Oscar foi direto: “O processo pode ter sido ilegal, mas o transporte de drogas foi real. O que pesa mais? A forma ou o conteúdo? A reflexão, segundo ele, é sobre os limites e contradições de um sistema judicial que, ao mesmo tempo em que se mostra rigoroso com uns, é brando com outros, dependendo de como e onde o crime acontece — e de quem o comete.
Com análises firmes e provocadoras, o PensarSegurança reafirma seu papel como espaço de crítica e aprofundamento. O programa completo voce vê aqui:
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