Para o PL, trabalhadores sequer teriam folga
Deputados da sigla bolsonarista votaram contra proposta de revisão da escala 6x1
Deputados do Partido Liberal (PL), legenda do clã Bolsonaro e seus asseclas, se recusaram a apoiar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) cujo intuito é modificar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para reduzir a jornada nacional.
A PEC foi apresentada pela deputada federal Erika Ilton (PSOL-SP) em 1º de maio, Dia do Trabalhador, e busca alternativas ao regime de escala 6x1, aonde os trabalhadores têm apenas um dia de descanso e seis dias de trabalho consecutivo.
Em suas redes sociais, Erika Hilton exaltou a proposta e expôs as condições dos trabalhadores e trabalhadoras no Brasil, com longas jornadas semanais e pouquíssimo descanso. Veja:
Além da deputada, o Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), fundado por Ricardo Azevedo, vereador recém-eleito também pelo PSOL-RJ. Rick, como ficou conhecido, se destacou em 2023 ao compartilhar sua experiência com a jornada de trabalho em escala 6x1, quando era balconista de farmácia.
PEC enfrenta resistência na Câmara
A PEC enfrenta resistência significativa. Segundo Azevedo, que confirmou as informações divulgadas pelo perfil Análise Política no X (antigo Twitter), membros do PL estariam tentando barrar o projeto e impedir sua tramitação. “Eles tentaram tirar a PEC de pauta e impedir a audiência pública”, escreveu Azevedo, que reafirmou seu compromisso de garantir que a discussão aconteça em breve.
Até o momento, a proposta conta com 71 das 171 assinaturas necessárias para tramitar na Câmara dos Deputados. Azevedo e outros apoiadores têm visitado pessoalmente os gabinetes de parlamentares em busca de mais apoio.
Críticos da resistência do PL destacam que a jornada de trabalho dos próprios parlamentares é mais leve do que a da maioria dos brasileiros: muitos deputados seguem uma escala de três dias, trabalhando de terça a quinta e folgando de sexta a segunda.
A escala 6×1, comum no setor do comércio, foi instituída na Reforma Trabalhista de 2017, sob o governo de Michel Temer, e desde então, muitos trabalhadores expressam descontentamento com as condições impostas.
O movimento liderado pelo VAT e endossado por parlamentares como Hilton e Azevedo tem como meta pressionar por uma mudança no regime de trabalho, dando aos trabalhadores condições de uma vida que contemple, além do trabalho, momentos de descanso e convívio social.
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