O que é ruptura do fundo de Saco de Douglas, que matou jovem depois de relação com jogador?
Lívia Gabriele da Silva Matos, de 19 anos, morreu após uma "ruptura de fundo de saco de Douglas com extensão à parede vaginal esquerda".
O atestado de óbito de Lívia Gabriele da Silva Matos, de 19 anos, que faleceu após se encontrar com o jogador sub-20 do Corinthians, Dimas Cândido de Oliveira Filho, diz que a causa da morte foi uma "ruptura de fundo de saco de Douglas com extensão à parede vaginal esquerda". A região é um tecido que reveste anatomicamente o fundo da vagina da mulher, localizado entre o útero e o reto, e recebeu esse nome porque foi descrita pelo anatomista escocês James Douglas.
A ginecologista Marcelle Domingues Thimoti explica que a região do fundo de saco de Douglas, também conhecida como fundo de saco vaginal, não desempenha um papel como órgão pélvico, mas por acumular fluidos e sangue vaginais essa parte costuma ser utilizada para avaliar algumas condições da saúde feminina, como presença de endometriose e cistos ovarianos. "Ele é importante também para garantir a mobilidade entre os órgãos pélvicos", destaca a especialista.
Por ser uma região bastante vascularizada, a ruptura do fundo do saco de Douglas gera um sangramento intenso e dor. Em caso de rompimento, o recomendado é ir urgentemente à emergência para avaliação do local e sutura da área em centro cirúrgico. "A paciente pode sangrar a ponto de perder tanto sangue e ter um choque hemorrágico, podendo culminar em morte", alerta a ginecologista.
O que pode causar a ruptura
A ruptura dessa região pode ser causada por diversos fatores, como um trauma abdominal causado por acidente automobilístico ou queda, e em relações sexuais sem consentimento, como estupros, ou consensuais nos casos em que o ato for praticado com muita intensidade ou com a introdução de objetos no canal vaginal. Em casos mais raros, a região também pode ser rompida durante algumas cirurgias ou partos.
"É possível haver ruptura do saco de Douglas em uma relação sexual consensual. Mas é mais comum em casos de relações não consensuais, que geralmente envolvem muita violência", pontua a ginecologista Marcelle. No caso da morte da jovem Lívia Gabriele, ainda não é possível determinar o que teria causado a ruptura da região genital, pois a Polícia Civil de São Paulo ainda aguarda os resultados de laudos periciais.
A ginecologista Fabiana Ardeo também ressalta que é possível ter ruptura do saco de Douglas em uma relação consensual principalmente se a área estiver atrófica, fina e desidratada. "Vemos comumente em mulheres após a menopausa, sem uso de estrogênio local e sem artifícios que são utilizados hoje como laser vaginais", cita a especialista.
Com informações do Correio Braziliense
Deixe sua opinião: