Política

O homem de Israel: Tarcísio se enrola em bandeira do pais de Netanyahu na Marcha para Jesus

Faltou compaixão, sobrou cálculo eleitoral


Reprodução O homem de Israel: Tarcísio se enrola em bandeira do pais de Netanyahu na Marcha para Jesus
Silêncio sobre as atrocidades! Tarcísio nada diz

A Marcha para Jesus de 2025, realizada nesta quinta-feira (19) em São Paulo, mais uma vez foi palco de manifestações religiosas carregadas de simbolismo político. E, mais uma vez, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) protagonizou a cena — agora enrolado na bandeira de Israel, sem fazer menção alguma às graves denúncias de violações de direitos humanos cometidas pelo governo israelense.

Ao lado do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal André Mendonça — que também é pastor presbiteriano —, Tarcísio percorreu o trajeto da Marcha com ares de campanha, posando para fotos e interagindo com fiéis. Muitos deles também exibiam bandeiras de Israel e faixas religiosas, compondo um cenário no qual a identificação incondicional com o Estado israelense ganha contornos políticos e ideológicos.

A opção do governador por carregar a bandeira de um país estrangeiro — especialmente em um momento de extrema tensão e críticas internacionais à ofensiva militar israelense sobre a Faixa de Gaza — expõe uma escolha: a de ignorar as mais de 35 mil mortes de civis palestinos, documentadas por organizações humanitárias e agências da ONU.

Em vez de equilíbrio e moderação, Tarcísio opta por alinhar-se irrestritamente a um governo acusado de promover apartheid e limpeza étnica, transformando a Marcha em palanque para reforçar vínculos com o eleitorado evangélico mais radicalizado, que vê em Israel um símbolo messiânico.

O gesto do governador não é isolado — ele se insere em uma estratégia política clara de polarização religiosa e geopolítica, em que a fé é instrumentalizada e o sofrimento de milhares é ignorado. Faltou compaixão, sobrou cálculo eleitoral.

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