Nordeste supera Sul e cresce como potência econômica
Impulsionado por turismo, programas sociais e investimentos em energia, com crescimento econômico acima da média

O Nordeste está prestes a superar o Sul e se tornar a segunda região com maior consumo do Brasil, ficando atrás apenas do Sudeste. Em 2025, a previsão é de que as famílias nordestinas movimentem R$ 1,515 trilhão, o que representa 18,59% do consumo nacional, enquanto o Sul deverá alcançar 18,51%. As informações são do Estadão.
Esse avanço do Nordeste é impulsionado por uma série de fatores, incluindo o impacto negativo das enchentes no Rio Grande do Sul, que afetaram a economia da região, e os benefícios de programas sociais, reajustes no salário mínimo, investimentos em energia renovável e o crescimento do turismo no Nordeste.
O setor de turismo, em particular, tem se mostrado um pilar central na economia nordestina. A desvalorização do real atraiu mais turistas estrangeiros para a região, e entre janeiro e abril de 2025, 159 mil visitantes chegaram aos aeroportos nordestinos, superando os números do mesmo período do ano anterior. Em 2023, o turismo gerou R$ 4,56 bilhões na região, representando quase 40% do total nacional. Além das capitais, muitas comunidades dependem do turismo como principal ou única fonte de renda, o que tem gerado empregos em áreas como hotelaria, gastronomia e serviços.
A recuperação do mercado de trabalho também é um fator relevante. A taxa de desemprego caiu de 11,2% para 9,4% entre 2023 e 2024, e a renda do trabalho aumentou 10,3%, superando a média nacional. Esse aumento de renda tem impulsionado o consumo e promovido o desenvolvimento local.
Além do turismo, as transferências de renda, como o Bolsa Família e o 13º salário dos aposentados, têm um papel fundamental na economia da região. Estima-se que esses repasses movimentem mais de R$ 20 bilhões por mês, com grande impacto em áreas rurais.
Embora os avanços sejam notáveis, especialistas alertam para a necessidade de maior produtividade e empreendedorismo para garantir o crescimento sustentável. Embora as transferências de renda tragam benefícios imediatos, o modelo tem limites fiscais e sociais que exigem investimentos estruturais de longo prazo.
O futuro parece promissor para a região. A previsão é que o PIB do Nordeste cresça 2,2% em 2025, superando a média nacional. De 2027 a 2034, espera-se um crescimento médio anual de 3,2%, impulsionado por investimentos em energia eólica, solar, gás natural, saneamento e as obras do novo PAC. Esse conjunto de fatores deve consolidar o protagonismo econômico do Nordeste.
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