Moradores de rua: Covas bota pedras, Lancelotti retira
A Prefeitura de São Paulo está fixando pedras em espaços onde dorme moradores de rua, Lancelotti está revoltado
Depois de quase oito anos morando sob o viaduto Dom Luciano Mendes de Almeida, na avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé (zona leste de SP), o catador de recicláveis William Oliveira, 35, teve de buscar outro lugar para dormir desde a última quinta-feira (28).
O lugar em que ele colocava o colchão de casal ganhado para descansar depois de rodar o dia todo atrás de papelão, ferro e plástico, agora está cheio de pedras desniveladas e pontiagudas, que o impedem de deitar por ali.
Funcionários de uma empresa contratada pela prefeitura concluíam a colocação das pedras, que são presas ao chão por uma espessa camada de cimento, na parte debaixo do viaduto no sentido bairro da avenida. Do outro lado da pista, a obra já havia sido finalizada.
"A gente faz porque é obrigado, mas até aperta o coração tirar o teto de quem já mora na rua”, disse um dos trabalhadores.
Revoltado com a situação “inacreditável”, Padre Júlio Lancelotti decidiu derrubar as pedras a marretadas.
O município de São Paulo tem 24.344 moradores de rua segundo o censo da própria prefeitura.
Desses, 8,8% ocupam baixos de viadutos.
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