Política

Marcelo Uchôa acusa Congresso de prevaricação por não reagir à ofensiva de Eduardo

Deputado licenciado é quem articula nos EUA uma ofensiva do governo Trump contra o Brasil


Reprodução Marcelo Uchôa acusa Congresso de prevaricação por não reagir à ofensiva de Eduardo
Uchôa vê prevaricação do Congresso por omissão sobre Eduardo

Em uma publicação nas redes sociais, o jurista e professor Marcelo Uchôa acusou o Congresso Nacional de prevaricação por não reagir à ofensiva internacional liderada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal licenciado, que atua em defesa do pai, Jair Bolsonaro (PL). A declaração de Uchôa foi motivada por um recente pronunciamento do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que atacou o sistema judiciário brasileiro e acusou o Brasil de perseguir politicamente Jair Bolsonaro.

“Após a atrevida mensagem do presidente dos EUA, Donald Trump, que tenta intimidar as instituições brasileiras e interferir na soberania do país, o Congresso Nacional estará prevaricando se não tomar medidas duras contra o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro”, escreveu Uchôa, responsabilizando diretamente o parlamentar pelas articulações com setores da extrema direita norte-americana.

A crítica surge após Trump usar sua rede social, Truth Social, para fazer uma defesa enfática de Jair Bolsonaro, que virou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por supostamente liderar um plano golpista contra as instituições brasileiras após a derrota eleitoral de 2022.

Trump ataca a Justiça brasileira
No post publicado na segunda-feira (7), Trump afirmou: “O Brasil está fazendo algo terrível no tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Eu, assim como o mundo, tenho observado enquanto eles não fazem nada além de persegui-lo dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano!”. Ele ainda declarou: “Ele não é culpado de nada, exceto de ter lutado pelo povo”.

O ex-presidente americano sugeriu que a única instância legítima para julgar Bolsonaro deveria ser a vontade popular: “O único julgamento que deveria acontecer é um julgamento pelos eleitores do Brasil — isso se chama eleição”.

Embora o gesto tenha sido celebrado por aliados de Bolsonaro, não tem efeito prático sobre os processos no STF, conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes.

Estratégia internacional da extrema direita
A declaração de Trump reforça a aliança ideológica com Bolsonaro, marcada pelo negacionismo, desinformação e ataques constantes às instituições democráticas. Ao defender o ex-presidente brasileiro, Trump repetiu a mesma narrativa que utiliza na sua própria defesa nos EUA, onde enfrenta dezenas de processos judiciais. “Isso não é nada mais do que um ataque a um oponente político — algo que eu entendo muito bem!”, disse.

Segundo Trump, Bolsonaro “lidera pesquisas eleitorais” e foi “um líder forte que realmente amava seu país — além de um negociador muito duro em questões comerciais”. A fala ignora, no entanto, a histórica submissão do governo Bolsonaro aos interesses dos EUA, especialmente nas áreas ambiental, militar e diplomática.

Trump concluiu com um apelo aos brasileiros: “O povo maravilhoso do Brasil não vai aceitar o que estão fazendo com seu ex-presidente. Estarei acompanhando de perto essa caça às bruxas contra Jair Bolsonaro, sua família e milhares de seus apoiadores. [...] Deixem Bolsonaro em paz!”.

Eduardo Bolsonaro e a omissão do Congresso
A postagem de Marcelo Uchôa evidencia a conivência do Legislativo diante das articulações internacionais de Eduardo Bolsonaro. O deputado é apontado como peça-chave na interlocução entre a extrema direita brasileira e grupos políticos dos EUA, chegando a promover encontros com aliados de Trump.

Para Uchôa, essa atuação representa uma violação da soberania nacional que não pode ser ignorada. A falta de uma reação firme por parte do Congresso, segundo ele, configura prevaricação.

Enquanto Jair Bolsonaro segue cada vez mais isolado politicamente, com direitos políticos suspensos até 2030 e sob investigação por tentativa de golpe, seus aliados continuam alimentando a narrativa de perseguição — agora com o reforço do ex-presidente Donald Trump.

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