Justiça determina apreensão de bens de Jair Renan Bolsonaro por dívida de R$ 360 mil
Ação foi movida pelo banco Santander e decisão ocorre após diversas tentativas de intimar o filho do ex-presidente.
A Justiça do Distrito Federal mandou apreender, nesta sexta-feira (23), R$ 360 mil em bens de Jair Renan Bolsonaro por dívida com o banco Santander, que entrou com uma ação contra o filho ex-presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com o juiz João Batista da Silva, da 1ª Vara de Execução de Títulos Extrajudiciais e Conflitos Arbitrais, a apreensão é necessária porque Jair Renan não pôde ser localizado para intimação. A decisão da Justiça atende a um pedido protocolado pelo banco na última segunda-feira (20), pedindo a realização de ativos financeiros (conversão de bens do devedor em dinheiro) para pagamento da dívida.
O processo movido pelo Santander é antigo. Desde dezembro de 2023, o banco tenta localizar Jair Renan para que a dívida seja paga. Segundo informações do processo, uma carta precatória para um endereço onde ele mora em Camboriú, expedida em julho, ainda não foi cumprida.
Em abril, após Jair Renan se tornar réu por lavagem de dinheiro, uso de documento falso e falsidade ideológica pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), o banco pediu o confisco de bens pela primeira vez. Ele é acusado de ter usado uma declaração de faturamento com informações falsas de sua empresa para obter o empréstimo que ainda não foi pago.
"Vítima de golpe"
Sua defesa afirmou anteriormente que ele "foi vítima de um golpe montado por pessoa, que apenas depois se soube ser conhecida pela polícia e pela Justiça". A nota diz ainda que "tudo ficará esclarecido no curso do processo".
O alvo da suspeita, segundo a investigação, é uma declaração de faturamento de R$ 4,6 milhões da Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia. Os números teriam sido superestimados para que Jair Renan e seu sócio Maciel Alves apresentassem lastro para conseguir um empréstimo bancário.
"Não há dúvidas de que as duas declarações de faturamento apresentadas ao banco são falsas, por diversos aspectos, tanto material, em razão das falsas assinaturas do Técnico em Contabilidade [...], que foi reinquirido e negou veementemente ter feito as rubricas, quanto ideológico, na medida em que o representante legal da empresa RB Eventos e Mídia fez inserir nos documentos particulares informações inverídicas consistentes nos falaciosos faturamentos anuais", escreveram os investigadores no relatório do caso.
Em depoimento, ele afirmou não reconhecer suas assinaturas nas declarações de faturamento e negou ter pedido empréstimos. Peritos, testemunhas e até imagens de seu login no aplicativo bancário, até o momento, concordam com ele.
Com informações da Revista Fórum.
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