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Jogaram juntos. Um ganha R$ 400 por jogo. O outro? Milionário!

O futebol não tem um caminho linear e seus meandros são complexos


Montagem/Pensar Piauí Jogaram juntos. Um ganha R$ 400 por jogo. O outro? Milionário!
Vini Jr no Real Madrid e Leandrinho durante sua passagem pela seleção brasileira de base

“Quem não sonhou em ser um jogador de futebol?”. Essa pergunta é repetida a exaustão no Brasil. Aqueles e aquelas que cresceram jogando bola pelas ruas, na primeira manifestação do que pode se traduzir como correr atrás de um objetivo.

Mas, este mundo nos mostra que nem sempre conseguimos viver daquilo que sonhamos. Não porque não merecemos, mas porque o que está posto, é feito para que nem todos tenham as mesmas oportunidades.

No futebol não poderia ser diferente.

Aos 24 anos, Leandrinho foi tido como uma das promessas da categoria de base do Flamengo, aonde atuou durante cinco anos. Camisa 10 da mesma geração de Vinicius Júnior, o atleta não conseguiu se consolidar na carreira futebolística e hoje atua na várzea enquanto ainda mantém a chama do sonho acesa em busca de uma nova oportunidade nos gramados.

“Hoje a minha “boula de ouro” seria aparecer uma proposta para fora. Não precisa ser aquela proposta exorbitante, seria apenas para abrir as portas para conseguir um clube, voltar para o cenário, poder me manter. E que se Deus quiser, que seja um clube de fora do país”, disse.

Este é o sonho que hoje Leandrinho mais almeja. Ele atuou na base do Flamengo entre 2013 e 2018, com convocações para a seleção brasileira sub-15 e sub-17. Com 10 equipes em seu currículo, ele não atua profissionalmente desde março, quando defendeu a equipe de Richarlison no Espírito Santo, o Nova Venécia. Nos últimos anos são apenas 20 jogos oficiais nos últimos três anos.

“Fiquei sem empresário, então meio que o mercado fica mais difícil de entrar. Você não tem alguém que corre atrás para você, sozinho não dá para se virar. O pessoal ouve ‘ah, jogador de futebol’, mas a realidade é realmente outra. Se fala jogador de futebol quando está ali em uma Série A, Série B, mas quando você começa a jogar uma segunda divisão de estadual ou até mesmo uma Série C, Série D, hoje em dia é muito difícil” ele vaticina.

Leandrinho reside em Itapevi e, durante o fim de semana, joga na várzea, aonde consegue dinheiro para manter a casa e a filha que completa um ano em breve. Com pelo menos três jogos por fim de semana, ele recebe entre R$ 3550 e R$ 400 por cada.

“A várzea, graças a Deus, me ajuda bastante, não tenho do que reclamar, só agradecer. Mas esperando uma oportunidade. Eu treino de manhã, de tarde... corro atrás a semana inteira, no fim de semana tem os jogos na várzea, então você está ali jogando e se cuidando”, finaliza Leandrinho.

Nesta terra de oportunidades escassas, hoje Vini Jr. É agenciado pela Roc Nation Sports, do rapper Jay-Z. Camisa 7 do Real Madrid, ele é bi-campeão da Champions League e atua pela Seleção Brasileira. No bairro em que nasceu, Vini oportuniza a educação de crianças e jovens aliado à tecnologia e tenta mudar a vida para que as pessoas tenham mais que uma única oportunidade na vida.

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