Guedes e Lira definem valor para comprar deputados na PEC 32: R$ 20 milhões por voto
No total, negociata deve custar R$ 6,16 bilhões aos cofres públicos

Fórum- Após meses de negociatas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) chegaram a um consenso sobre o valor para compra de votos de deputados do Centrão para aprovação da PEC 32, que impõe a chamada “reforma administrativa”, com a perda de direitos de servidores públicos.
Em artigo no Blog do Servidor, no jornal Correio Braziliense, Vladimir Nepomuceno, assessor e consultor de entidades sindicais e diretor da Insight Assessoria Parlamentar, afirma que o valor acordado é de R$ 20 milhões por deputado, que somariam R$ 6,16 bilhões em dinheiro público para tentar pagar a dívida assumida pelo governo Jair Bolsonaro (Sem partido) junto a atores do sistema financeiro.
Segundo Nepomuceno, a verba seria liberada através de recursos de emendas do relator do PLOA/2022 – Projeto de Lei Orçamentária para 2022, o deputado Hugo Leal (PSD/RJ). “Os possíveis agraciados seriam deputados do Centrão e da base do presidente da República”.
No entanto, o consultor, que é ex-servidor público, afirma que há um entrave nas negociações. O governo considera a possibilidade de traição na hora do voto, já que deputados alegam que “os R$ 20 milhões, recebidos uma única vez, não pagam o prejuízo de um mandato perdido”, devido à forte resistência à PEC 32 nas bases eleitorais.
Os deputados, por sua vez, não aceitam “receber” após o voto, correndo o risco de se expor a um projeto extremamente impopular, que corre o risco de nem com a compra de votos ser aprovado.
Nepomuceno diz que a negociata preocupa tanto Lira quanto Guedes, por medo de não cumprirem o prometido “a quem muito contribuiu para que ambos estivesses onde estão, o mercado financeiro e o grande empresariado”.
Lira teme ainda perder a credibilidade, caso o projeto não passe, para tentar um segundo mandato no comando da casa legislativa.
“No caso de Guedes, a prática de discurso que não se cumpre é conhecida e crescente perante a cúpula do mercado financeiro. A agenda neoliberal prometida não chegou nem perto do anunciado pelo então ‘posto Ipiranga'”, diz o consultor.
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