Gonçalves Dias pede afastamento do GSI até a conclusão das investigações
Pedido de afastamento foi feito após reunião de Dias com o presidente Lula e outros ministros no Palácio do Planalto

O general Gonçalves Dias pediu afastamento do cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República nesta quarta-feira (19). O pedido vale até o fim de investigações sobre a presença dele no Palácio do Planalto durante as invasões golpistas de 8 de janeiro.
O pedido de afastamento foi feito após reunião com Lula e chefes de outras pastas, no Palácio do Planalto, segundo o G1.
As imagens divulgadas pela CNN mostram o general Gonçalves Dias e funcionários do GSI circulando entre os invasores no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro. Um dos funcionários do GSI conversa com invasores e os cumprimenta. Outro trecho mostra servidores do órgão entregando água aos vândalos.
Sobre o afastamento de Gonçalves Dias a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann disse no twitter: "Agentes filmados colaborando com invasores do Planalto eram do governo Bolsonaro, do GSI do general Heleno, que ainda não haviam sido substituídos. O general Gonçalves Dias sai, mas as investigações continuam. Não adianta vir com armação: Invasores, terroristas e golpistas eram todos da turma de Bolsonaro. Vão pagar por seus crimes".
Agentes filmados colaborando com invasores do Planalto eram do governo Bolsonaro, do GSI do general Heleno, q ainda não haviam sido substituídos. O general Gonçalves Dias sai, mas as investigações continuam. Não adianta vir com armação: Invasores, terroristas e golpistas eram…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) April 19, 2023
Veja também: Imagens “vazadas” para a CNN Brasil - o que pode estar por trás?
Quem é Gonçalves Dias
O general Marcos Edson Gonçalves Dias, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) já trabalhou com o presidente Lula durante outras gestões. GDias, como é conhecido, atuou no comando de segurança pessoal do presidente Lula entre 2003 e 2009.
À época, ele ficou conhecido como “sombra” de Lula, por estar ao lado do petista em todos os compromissos, como agendas oficiais, e outros programas, como pescaria. Após as duas primeiras gestões do presidente, GDias foi chefe da Coordenadoria de Segurança Institucional da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), período em que foi promovido ao posto de general.
Ele voltou a trabalhar com o petista durante a campanha eleitoral de 2022. Na época, sua equipe de segurança foi contratada para auxiliar na montagem de eventos do petista pelo país.
Durante a transição de governo, Dias foi indicado para integrar o grupo temático da área de inteligência estratégica. Ele é um dos conselheiros e interlocutores de Lula junto das Forças Armadas.
O general aparece em imagens divulgadas pela CNN Brasil durante os ataques terroristas de 8 de janeiro em Brasília. Na ocasião, o chefe do GSI estava no Palácio do Planalto e a emissora sugeriu que ele estava orientando os bolsonaristas que invadiram o prédio.
Os vídeos têm sido usados por bolsonaristas para estimular a narrativa de que o governo Lula teria papel nos ataques. O ex-presidente Jair Bolsonaro tem coordenado a criação de uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para apurar os ataques terroristas de 8 de janeiro e implicar o presidente no evento.
Com informações do DCM
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