Política

Gleisi defende proibição de propaganda de 'bets' para regulamentação eficaz

"O vício induzido pela publicidade ameaça a economia do país e de todas as famílias, não só das mais vulneráveis", afirma a presidente do PT


Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados Gleisi defende proibição de propaganda de 'bets' para regulamentação eficaz
Gleisi Hoffmann

Durante as discussões sobre a regulamentação do mercado de apostas online no Brasil, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, fez um forte apelo pela proibição da publicidade das plataformas de apostas, conhecidas como "bets". Ela argumentou que qualquer tentativa de regulamentação será ineficaz sem um veto claro à propaganda dessas empresas.

"Se a propaganda das bets não for proibida, não adianta regulamentar ou tentar limitar o acesso aos jogos. O vício gerado pela publicidade afeta a economia do país e todas as famílias, não apenas as mais vulneráveis. Estigmatizar os beneficiários do Bolsa Família não é a solução", declarou Gleisi.

Sua manifestação ocorre em um contexto em que o governo Lula se prepara para anunciar medidas que visam controlar o crescente mercado de apostas online, que tem gerado preocupações sociais e econômicas, especialmente entre as populações mais vulneráveis. As novas regras devem ser divulgadas na próxima semana, buscando mitigar os efeitos nocivos do vício em jogos e estabelecer um ambiente de "propaganda responsável".

Entre as propostas confirmadas pelo Ministério da Fazenda, que atua em conjunto com os ministérios da Saúde e do Desenvolvimento Social, está o bloqueio do uso de cartões de crédito e do cartão do Bolsa Família para apostas online. Também está prevista a proibição de anúncios que promovam a ideia de enriquecimento rápido por meio de apostas.

A pressão do governo para intensificar o controle sobre as apostas online ocorre em um momento em que apenas 113 empresas solicitaram autorização para operar no Brasil, segundo novas exigências que entram em vigor no próximo mês. As empresas autorizadas terão que pagar R$ 30 milhões para operar, enquanto cerca de 500 empresas em atividade irregular podem ter suas operações suspensas.

O veto à publicidade agressiva é visto como essencial para a nova regulamentação, visando proteger jovens e pessoas em situação de vulnerabilidade social. Há preocupação de que a promoção massiva e atrativa dos sites de apostas possa aumentar o vício em jogos de azar, impactando negativamente as finanças das famílias brasileiras.

Dados do Banco Central revelam um cenário preocupante: em agosto, cerca de 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família enviaram aproximadamente R$ 3 bilhões para empresas de apostas via PIX. O governo Lula acredita que, sem um controle mais rigoroso, esses números continuarão a aumentar, agravando a situação econômica de quem já vive em extrema pobreza.

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