Política

Folha aponta pressão política de Ciro Nogueira na venda do Master ao BRB e cobra rigor do BC

O jornal também chama atenção para os vínculos entre Vorcaro e o senador Ciro Nogueira (PP-PI)


Reprodução/Marcelo Camargo/Agência Brasil Folha aponta pressão política de Ciro Nogueira na venda do Master ao BRB e cobra rigor do BC
Folha aponta pressão política de Ciro Nogueira na venda do Master ao BRB e cobra rigor do BC

A aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), controlado pelo Governo do Distrito Federal, demanda uma análise detalhada por parte do Banco Central (BC), conforme editorial da Folha de S.Paulo. O jornal observa que, embora a transação possa ajudar a minimizar os riscos financeiros do Banco Master, conhecido por sua estratégia agressiva no mercado, ela levanta diversas questões, principalmente relacionadas a possíveis influências políticas e à estrutura atípica do negócio.

O editorial destaca o histórico do Banco Master, que ganhou notoriedade por oferecer CDBs com taxas de juros muito atraentes, garantidos até R$ 250 mil por cliente pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Além disso, a instituição tem se envolvido na compra de precatórios, um tipo de ativo de alto risco com prazos longos e incertos. Em resposta a essas operações, o BC recentemente adotou normas mais rigorosas sobre o uso do FGC e a contabilização de precatórios nos balanços bancários.

A Folha expressa preocupação com o fato de o BRB ser uma instituição estatal, uma relíquia de um passado em que estados possuíam bancos, o que contribuiu para a instabilidade financeira durante o período da hiperinflação. A aquisição, avaliada em cerca de R$ 2 bilhões, resultará na compra de 100% das ações preferenciais do Banco Master pelo BRB (sem direito a voto), enquanto o BRB ficará com 49% das ações ordinárias (com direito a voto), mantendo o controle sob a direção de Daniel Vorcaro, atual controlador do banco.

O jornal também chama atenção para os vínculos entre Vorcaro e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do Progressistas, o que alimenta especulações sobre possíveis influências políticas no negócio. Em resposta a essas alegações, a direção do BRB negou publicamente qualquer ingerência externa.

Para a Folha, é crucial que o Banco Central — atualmente sob a liderança de Gabriel Galípolo, — faça uma avaliação rigorosa da capacidade do BRB de absorver o Banco Master, mantendo sua rentabilidade e liquidez. O jornal vê a operação como um novo teste para a autonomia do BC, além de um chamado à revisão das normas e mecanismos de fiscalização para evitar que transações semelhantes tragam riscos sistêmicos para o sistema bancário.

"É preciso reavaliar as normas e a fiscalização para impedir que episódios como este se repitam. Este será mais um teste para a autonomia do BC", conclui o editorial.

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