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É agora!! Alexandre de Moraes interroga Bolsonaro

A oitiva marca uma das etapas finais da ação penal movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR).


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É agora!! Alexandre de Moraes interroga Bolsonaro

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deu continuidade, nesta terça-feira (10), aos interrogatórios dos réus envolvidos na investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Durante a tarde, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai ser interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

Bolsonaro começou a prestar depoimento por volta das 14h30, negando as acusações de que teria participado de uma trama para se manter no poder, apesar da derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A oitiva marca uma das etapas finais da ação penal movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Durante o interrogatório, Moraes questionou Bolsonaro sobre as iniciativas de desacreditar o sistema eleitoral e a realização de uma reunião ministerial, em julho de 2022, em que o tema teria sido abordado.

O ex-presidente é apontado como integrante do chamado “núcleo 1” — considerado o centro da articulação golpista, segundo denúncia apresentada pela PGR. Ao todo, oito réus respondem à ação, acusados de crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Caso sejam condenados, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Interrogatórios em andamento

Os interrogatórios começaram na segunda-feira (9) e seguem até sexta-feira (13). Todos os réus foram convocados a comparecer presencialmente às sessões da Primeira Turma do STF, incluindo os que já prestaram depoimento, como o tenente-coronel Mauro Cid — delator do caso — e o deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A única exceção é o general Walter Braga Netto, que prestará depoimento por videoconferência, por estar preso no Rio de Janeiro.

Na manhã desta terça-feira, foram ouvidos o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Garnier negou ter tido conhecimento da minuta de um suposto decreto golpista. Já Anderson Torres afirmou não haver indícios de fraude nas urnas eletrônicas e declarou ter ficado "desesperado" com os ataques de 8 de janeiro de 2023, reconhecendo falhas graves no planejamento de segurança da data.

O general Augusto Heleno optou por exercer o direito de permanecer calado durante as perguntas do ministro Alexandre de Moraes, respondendo apenas aos questionamentos de sua defesa. "Segui religiosamente a Constituição durante todo o tempo em que estive na Presidência", declarou Heleno, em defesa de sua atuação à frente do GSI.

Julgamento no segundo semestre

Com os interrogatórios chegando à fase final, a expectativa é que o julgamento ocorra no segundo semestre deste ano. A decisão do STF poderá definir a condenação ou absolvição de Bolsonaro e dos demais envolvidos.

A investigação apura uma possível tentativa coordenada de subverter o resultado das eleições de 2022, em uma ação considerada sem precedentes na história democrática recente do Brasil.

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