Entrevistas

Com recorde de alistamento, voto dos jovens pode influenciar a eleição de 2022

Segmento se afastou do processo eleitoral nos últimos anos, mas pode beneficiar Lula nestas eleições

  • domingo, 5 de junho de 2022

Foto: Reprodução/arquivo pessoalIsadora Cortez, militante do PCdoB e da UJS Brasil
Isadora Cortez, militante do PCdoB Piauí e da UJS Brasil

 

No Brasil, o voto é facultativo para os adolescentes de 16 e 17 anos, mas o interesse do jovem brasileiro pela política tem crescido nos últimos meses. Ao menos, é isso o que mostram os números de alistamentos eleitorais realizados nos três primeiros meses do ano. Entre janeiro e março de 2022, o Brasil ganhou 1.144.481 novos eleitores na faixa etária de 15 a 18 anos de acordo com o TSE.

A procura pelo documento é a maior registrada quando comparada às últimas Eleições Gerais, de 2018 e 2014, quando foram emitidos 877.082 e 854.838 novos títulos, respectivamente. 

Neste ano, pela primeira vez, a campanha contou com a adesão espontânea de artistas e influenciadores que são oposição ao atual governo, que dialogam diretamente com esse eleitorado, o que ajudou a impulsionar esses números. 

Além disso, o Brasil vive um momento de acirramento dos discursos políticos, com uma maior polarização para a eleição de 2022, com a disputa entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL). Esse cenário tende a incentivar os jovens a terem um maior engajamento e, por consequência, procurarem participar mais ativamente do processo eleitoral. E, para isso, é necessário ter o título de eleitor. 

O pensarpiauí conversou com a jornalista, advogada, militante do PCdoB e da UJS Brasil, Isadora Cortez, sobre a influência dos jovens na eleição deste ano.

Confira

pensarpiauí- Qual a mudança que você acredita que os jovens podem fazer nessa eleição de 2022?

Isadora Cortez- A juventude vai cumprir um papel decisivo, mais uma vez. Fomos nós que lideramos a campanha do voto aos 16 anos. Só aqui no Piauí, 46 mil jovens vão às urnas pela primeira vez. Tem um motivo muito grande para essa turma votar: essa tragédia do governo Bolsonaro, que quer exterminar a juventude. Seja cortando o investimento destinado à educação, seja os abusos de autoridade, que, não por coincidência, atinge a juventude pobre, preta e da periferia. Então o nosso papel será decisivo: nós vamos resgatar o Brasil da esperança!

pensarpiauí- A maioria dos jovens expõem nas pesquisas uma aversão ao governo Bolsonaro. O que você acha que causou esse alto índice de rejeição?

Isadora Cortez- Acho que essa aversão se dá ao modo de como o governo agiu até aqui, de inação completa. Os índices de desemprego lá em cima, a falta de oportunidades, essa negligência no enfrentamento à covid-19 e a desesperança, que tomou conta do país. Isso dói, a falta de políticas públicas dói na pele da juventude. Eles falam de crise para implementar um projeto que é deles. Mas esse projeto não pode cair nos ombros da juventude. Nós não aceitaremos isso.

pensarpiauí- No Piauí, os jovens estão engajados para lutar pela democracia e contra o descaso do governo federal principalmente nas pautas da educação? 

Isadora Cortez- A juventude piauiense está nas ruas. Essa semana teve assembleia no IFPI sobre os cortes na educação, próxima semana, dia 09, é dia nacional de mobilização em defesa das Universidades e Institutos Federais e vamos estar nas ruas de novo. Mesmo num contexto extremamente adverso, mas aqui ninguém aceita retrocesso. Nós botamos a oligarquia para fora do governo. Não vai ser dessa vez que nós deixaremos essa turma voltar com toda força aqui no Piauí. 

pensarpiauí- Na sua opinião, a juventude, através do voto, terá a capacidade de derrotar Bolsonaro nas urnas e eleger Lula?

Isadora Cortez- Nós vamos derrotar Bolsonaro! Estamos derrotando na política, agora vamos derrotar nas urnas. A adesão à Lula hoje é grande. Mas nossa responsabilidade é grande. A juventude precisa derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo. Ninguém aguenta mais esse governo que persegue os nossos sonhos, que quer acabar com as nossas vidas. Eu tenho muita convicção de que nós vamos vencer.

Siga nas redes sociais

Deixe sua opinião: