Clã Bolsonaro: uma dinastia que vive da política e nada entrega ao país
Até quando o Brasil vai bancar essa dinastia que vive da política, mas não vive para o país?

A política, para os Bolsonaro, não é vocação nem serviço público — é modo de vida. Jair Renan, o “04”, será o próximo a tentar uma vaga na Câmara dos Deputados, agora por Santa Catarina, em 2026, esse é o plano de seu pai, Jair Bolsonaro. É mais um passo na estratégia do clã de transformar mandatos eletivos em herança familiar. E o que o Brasil ganha com isso? Nada — além de memes, escândalos e gafes.
O jovem Renan já cumpre mandato como vereador em Balneário Camboriú, depois de passar por um cargo comissionado como assessor do senador Jorge Seif (PL-SC). Nunca produziu um projeto relevante, nunca gerou riqueza, nunca construiu nada fora da sombra do sobrenome. E, convenhamos, nem mesmo dentro da política o saldo é digno de nota.
Erros crassos de português em vídeos públicos e ataques mal-informados e uma retórica rasa marcam sua trajetória até aqui. Recentemente, virou motivo de chacota nas redes ao criticar a prefeita Juliana Pavan (PSD) dizendo que ela queria “impor ideologia de gênero aos cidadões de Balneário Camboriú”. A palavra correta, claro, é cidadãos. Mas exigir domínio do idioma é talvez sonhar alto demais para quem já parece ter feito da ignorância uma arma política.
Não é apenas Jair Renan. A família inteira segue esse roteiro. Carlos Bolsonaro, o “02”, também planeja disputar o Senado por Santa Catarina. Eduardo Bolsonaro é deputado federal por São Paulo. Flávio Bolsonaro ocupa uma cadeira no Senado pelo Rio de Janeiro. Nenhum deles é lembrado por alguma grande proposta, liderança ou articulação que tenha mudado a vida do brasileiro comum. O legado mais visível é o do patriarca: Jair Bolsonaro, cujo governo terminou marcado por destruição ambiental, negacionismo pandêmico, escândalos com cartões corporativos e suspeitas de corrupção envolvendo joias sauditas.
Michelle Bolsonaro, por sua vez, também passou a fazer política ativa, transformando sua posição de ex-primeira-dama em ativo eleitoral. Presidente do PL Mulher, Michelle se movimenta como possível candidata em eleições futuras, explorando pautas morais e religiosas enquanto foge de debates concretos sobre desigualdade, economia ou direitos sociais. Assim como os demais, vive do capital político do marido e da estrutura partidária financiada com recursos públicos, sem apresentar qualquer contribuição relevante para a vida nacional.
A máquina política dos Bolsonaro se alimenta de cargos, verbas públicas e narrativas ideológicas. Não há produção de conhecimento, inovação, projeto de país — apenas uma permanente campanha eleitoral para manter a família sustentada pelo Estado.
O clã Bolsonaro, apesar do barulho, deixa pouca ou nenhuma marca que preste no Congresso ou no Executivo. Produz muito nas redes, mas quase nada na vida concreta dos brasileiros.
A pergunta que se impõe é simples: até quando o Brasil vai bancar essa dinastia que vive da política, mas não vive para o país?
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